"Ontem Portugal assistiu a mais uma disputa eleitoral, desta feita – é a primeira dose – para as Legislativas. Dentro de dias, a segunda dose, que serão as autárquicas.
Numas eleições, seria natural haver um ou dois vencedores e os restantes, com maior ou menor valoração, os derrotados.
Todavia e pelas declarações no final da maratona eleitoral escrutinada assistiu-se que, parece, só ter havido vencedores e um semi-vencedor.
Senão vejamos, e ainda não estão contabilizados os 4 deputados da emigração:
– O PS (socialistas), o partido mais votado; perde maioria absoluta e cerca de 9% dos votos face às anteriores Legislativas – cai dos 121 para os 96 deputados, podendo ir aos 100 caso obtenham a maioria dos votos dos emigrantes – e obtém um pouco mais que nas eleições para o Parlamento Europeu e não podem governar sem acordos de parceria, mesmo que pontuais com terceiros e, ainda por cima, ideologicamente pouco próximos; isso, todavia, não impediu que o seu líder afirmasse que “tiveram uma vitória espectacular”;
– Já o PSD (social-democratas), volta a ser o segundo mais votado; depois de terem ganho as eleições efectuadas para o Parlamento Europeu, perde bastantes votos e ganha menos de 1% face às Legislativas de 2005 (ainda assim passou de 75 para 78 cadeiras no Hemiciclo) e não assume, claramente, que perdeu as eleições ao não cumprir os objectivos; ou seja, ganhar e tornar a sua líder na próxima primeira-ministra (só se for vice-primeira-ministra caso reedite o Bloco Central o que não perece exequível);
– O CDS parece, em termos eleitorais, um dos dois grandes vencedores do pleito eleitoral; atinge pela primeira vez mais de 10% dos votos expressos, aumentando de 12 para 21 o número de assuntos, fica em terceiro enquanto partido concorrente sozinho, e consegue eleger deputados onde, creio, nunca o tinha conseguido e evita, na sua concepção, a maioria absoluta do PS;
– Também pela mesma razão, ou seja roubar a maioria absoluta ao PS, o Bloco de Esquerda cantou vitória e terá sido um dos vitoriosos de ontem; além de ter passado de quinta força política nacional, com, então, 8 deputados, para a quarta posição elegendo 16 representantes nacionais, conseguiu aumentar em cerca de 4% a sua votação e conquistar delegados em círculos inabituais na esquerda, mesmo que radical (ou talvez por isso mesmo);
– Quanto à coligação CDU (PCP-PEV, ou comunistas/verdes) que passou da terceira força política para a quinta mais votada, cantou, também ela, vitória por, parece, ter conquistado cerca de 13 mil votos a mais que nas Legislativas de 2005 e colocar mais um deputado em São Bento; passou de 14 para 15 deputados; e o líder reforçou o grito de vitória dizendo que “contribuíram para a perca de maioria absoluta do PS”;
Resumindo, tirando o PSD, que já viu os seus vampiros internos lamber previamente o sangue que irá jorrar da cabeça da líder – se perder nas autárquicas onde foram quase sempre, ou sempre, o maior partido português, então nem a líder irão conseguir descortinar –, mas nem mesmo assim assumiu uma clara e inequívoca derrota, todos os outros partidos conseguiram descortinar motivos para cantar vitória. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Numas eleições, seria natural haver um ou dois vencedores e os restantes, com maior ou menor valoração, os derrotados.
Todavia e pelas declarações no final da maratona eleitoral escrutinada assistiu-se que, parece, só ter havido vencedores e um semi-vencedor.
Senão vejamos, e ainda não estão contabilizados os 4 deputados da emigração:
– O PS (socialistas), o partido mais votado; perde maioria absoluta e cerca de 9% dos votos face às anteriores Legislativas – cai dos 121 para os 96 deputados, podendo ir aos 100 caso obtenham a maioria dos votos dos emigrantes – e obtém um pouco mais que nas eleições para o Parlamento Europeu e não podem governar sem acordos de parceria, mesmo que pontuais com terceiros e, ainda por cima, ideologicamente pouco próximos; isso, todavia, não impediu que o seu líder afirmasse que “tiveram uma vitória espectacular”;
– Já o PSD (social-democratas), volta a ser o segundo mais votado; depois de terem ganho as eleições efectuadas para o Parlamento Europeu, perde bastantes votos e ganha menos de 1% face às Legislativas de 2005 (ainda assim passou de 75 para 78 cadeiras no Hemiciclo) e não assume, claramente, que perdeu as eleições ao não cumprir os objectivos; ou seja, ganhar e tornar a sua líder na próxima primeira-ministra (só se for vice-primeira-ministra caso reedite o Bloco Central o que não perece exequível);
– O CDS parece, em termos eleitorais, um dos dois grandes vencedores do pleito eleitoral; atinge pela primeira vez mais de 10% dos votos expressos, aumentando de 12 para 21 o número de assuntos, fica em terceiro enquanto partido concorrente sozinho, e consegue eleger deputados onde, creio, nunca o tinha conseguido e evita, na sua concepção, a maioria absoluta do PS;
– Também pela mesma razão, ou seja roubar a maioria absoluta ao PS, o Bloco de Esquerda cantou vitória e terá sido um dos vitoriosos de ontem; além de ter passado de quinta força política nacional, com, então, 8 deputados, para a quarta posição elegendo 16 representantes nacionais, conseguiu aumentar em cerca de 4% a sua votação e conquistar delegados em círculos inabituais na esquerda, mesmo que radical (ou talvez por isso mesmo);
– Quanto à coligação CDU (PCP-PEV, ou comunistas/verdes) que passou da terceira força política para a quinta mais votada, cantou, também ela, vitória por, parece, ter conquistado cerca de 13 mil votos a mais que nas Legislativas de 2005 e colocar mais um deputado em São Bento; passou de 14 para 15 deputados; e o líder reforçou o grito de vitória dizendo que “contribuíram para a perca de maioria absoluta do PS”;
Resumindo, tirando o PSD, que já viu os seus vampiros internos lamber previamente o sangue que irá jorrar da cabeça da líder – se perder nas autárquicas onde foram quase sempre, ou sempre, o maior partido português, então nem a líder irão conseguir descortinar –, mas nem mesmo assim assumiu uma clara e inequívoca derrota, todos os outros partidos conseguiram descortinar motivos para cantar vitória. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
Sem comentários:
Enviar um comentário