José Eduardo dos Santos faz hoje 30 anos que ascendeu ao poder depois da morte, em Moscovo, – nunca cabalmente esclarecida nem nunca parece ter havido essa necessidade ou conveniência – de António Agostinho Neto, oficialmente o primeiro presidente de Angola e considerado – e justamente – como um dos maiores heróis nacionais (há mais mas cada um tem por hábito guardar o seu para si esquecendo que são de toda uma Nação além de que os outros, "os adversários" procuram desprezá-los ou vilipendiá-los…).
Estando no poder, ainda que debilmente legitimado pelo Mais Velho, quando o considerou – e por extensão englobou todo um Povo – como o “Seu Presidente”, penso que é altura de José Eduardo dos Santos seguir os ensinamentos de outros seus correligionários africanos e dizer não a uma eventual participação nas próximas – tenho fé que vão haver e serão mais breves possíveis – eleições presidenciais.
Parece-me que só assim poderá manter a auréola – pessoalmente considero-a excessiva, mas é uma ideia e uma interpretação muito pessoal – de “unificador do povo”, ou seja, manter a ideia que é a única pessoa em Angola que consegue manter unidos e dentro do mesmo espírito, militares, políticos e… outros (cada um que tire as suas próprias conclusões) sem que almejem “a mulher” do outro…
Porque não é estar mais 4 ou 8 anos mais no poder (que o Tribunal Constitucional se pronuncie de vez sobre a sua elegibilidade, porque há quem pense que o Tribunal Supremo foi um pouco precipitado no seu íntegro julgamento) que lhe vão permitir ascender ao Guiness Book de Records.
É que ninguém acredita que consiga ultrapassar nem Muammar Kadhaffi (40 anos no poder) nem Teodoro Nguema Mbasogo (30 anos e… 51 dias, embora, na prática, esteja no poder há 39 anos). E estes são claramente ditadores, epíteto que, por certo, Eduardo dos Santos não vai querer receber como um dos seus cognomes na História.
E nós recordamos que Eduardo dos Santos, em Agosto de 2001, afirmava não se querer recandidatar a novos mandatos presidenciais. E daí…
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