(© foto retirada de um artigo do jornal russo Pravda-online)
Há precisamente um mês escrevi aqui neste mesmo blogue sobre algumas notícias que davam conta da eventual existência de um ICBM norte-coreano com capacidade para atingir costa norte-americana e do facto de certos analistas duvidarem dessa capacidade.
Pouco tempo depois, retomei este assunto através de um artigo de Opinião no santomense Correio da Semana onde questionava da capacidade norte-coreana de, per si, poder ter um ICBM nas condições indicadas.
Em qualquer dos casos alertava para a contenção verbal quer dos EUA, face, por exemplo, às intransigências nucleares do Irão, quer da Coreia do Sul, e da pouca, ou nenhuma verbosidade chinesa. Da zona, só os japoneses mostraram algum justificado, embora contido, receio.
Eis que um mês depois são, de novo, os japoneses – que ameaçaram com represálias severas – a alertarem a Comunidade Internacional para os exercícios – leia-se, testes – que os norte-coreanos estão em vias de efectuar com um míssil intercontinental, do tipo Taepodong-2, desta vez acompanhados das palavras da Secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice que, face às notícias dos satélites-espiões norte-americanos e aliados, reconhece que os norte-coreanos já terão abastecido, com combustível, o míssil pelo que este estará pronto a ser testado, admitindo que a sua ejecção poderia ser considerada como uma provocação.
Ainda, assim, verifica-se que, apesar destas palavras, por parte da administração norte-americana e do próprio Pentágono existe uma evidente contenção verbal; pelo que isto me leva a perguntar, de novo e uma vez mais, se, realmente, a Coreia do Norte – que pela primeira vez reconheceu a existência do programa de mísseis, embora negando a capacidade intercontinental – tem capacidade para projectar, sustentar e lançar um ICBM, no formato denunciado, ou se, pelo contrário, mais não é que uma plataforma de lançamento por conta de terceiros. E esses estamos mesmo a ver quem serão.
Ou será uma utopia minha?
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