Depois de ter criado o Museu da Língua Portuguesa, sedeado em S. Paulo, o Brasil vai criar, por iniciativa do presidente Lula da Silva, o Dia da Língua Portuguesa, a 5 de Novembro, data do nascimento de Rui Barbosa, um estudioso da língua portuguesa, e presidente da Academia Brasileira de Letras. Mais uma bofetada para a proverbial inoperância do Instituto Camões e da CPLP!
Depois surpreendem-se que hajam países lusófonos que sejam membros efectivos e,ou, observadores da francofonia ou da anglofonia - e com efectivas participações - e "desprezem" aquelas duas Instituições que, cada vez mais, parecem meros "depósitos" de boa-vontades e nada mais.
2 comentários:
Mais uma bofetada para a proverbial inoperância do Instituto Camões e da CPLP!
- disseste e bem......... ela, a dama CPLP é que...
Abraço, IO.
Sobre o artigo em questão:
A teimosia em não acordarem numa única grafia para a língua de Camões e Machado de Assis é dos dois países: Portugal e Brasil. O Brasil promove (e bem) Museus de Língua Portuguesa em grandes cidades internacionais, Portugal paga fortunas (e bem) para que em mais de cem universidades espalhadas pelo mundo haja o Ensino do Português para Estrangeiros. E fazem ambos os países muito bem.
O que fazem mal é andarem cada um a puxar a brasa à sua sardinha em guerras tontas e bacocas que a ninguém aproveita. É por isso que considero facciosa a observação do colunista a propósito da posição de Portugal quanto à política da língua. Como se a do Brasil fosse menos ridícula. Aonde é que se pode considerar que a língua falada no Brasil é mais moderna. E em que sítio do Brasil, já agora? No Nordeste? Aonde é que a língua que se fala em Lisboa ou em Coimbra é mais arcaica que a que se fala em Brasília. Ou é mais moderno dizer - Tu vai lá na favela, senhô?. E quais os critérios que conduzem a uma tamanha ignorância? É por causa destes bairrismos colonizadores de uns e complexos de escravo de outros que a língua portuguesa não ocupa o lugar que merece no mundo. Qualquer língua recebe, simultaneamente, influências das áreas geográficas e culturais onde é falada, sem que isso implique maior ou menor modernidade. Sigamos as palavras de Celso Cunha, relativamente à língua de oito pátrias: “uma república do português sem capital demarcada. Não está em Lisboa, nem em Coimbra, não está em Brasília, nem no Rio de Janeiro. A capital da língua portuguesa está onde estiver o meridiano da cultura”.
E já agora qual o congénere brasileiro do Instituto Camões? Que universidades apoia o governo brasileiro para o ensino do Português?
Tudo o que se possa fazer pela língua portuguesa é muito menos do que o que ela necessita e merece.O que não merece mesmo é este espírito revanchista e de tiro no pé que caracteriza os lusófonos.
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