17 janeiro 2005

Os novos actores potenciais


Apesar de não fazerem parte de África e, de momento, poder nada ter haver com o continente, duas das futuras potenciais potências estão ligados – em alguns casos, fortemente ligados – ao Continente Africano, casos da China e do Brasil.
Com a devida vénia transcrevo alguns parágrafos de um artigo da Globo Online, sob o título “Escalada rumo ao poder” que tem por base um estudo do NIC, Conselho de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, que agrupa 15 agências norte-americanas coordenadas pela CIA.
Segundo aquele estudo nos próximos 15 anos, quatro países apresentar-se-ão como influentes actores globais — China, Índia, Brasil e Indonésia — e, principalmente, uma potencial forte aliança entre eles fará surgir não apenas um novo e poderoso bloco como também provocará transformações significativas na Geopolítica mundial.
Segundo aquele sítio, nesse período “a hegemonia dos Estados Unidos sofrerá desgastes, tornando-se mais vulnerável ao que acontecer em outros países na medida em que se aprofundarão as conexões no comércio global. A Europa terá de adaptar sua força de trabalho, sob o risco de enfrentar um período de prolongada estagnação econômica. E instituições como as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial correrão o risco de se tornarem obsoletas se não se ajustarem às mudanças que serão provocadas pelo surgimento desse novo pólo de poder”.
Ainda de acordo com o estudo, denominado “Mapeando o futuro global”, aponta a China e Índia como os dois principais factores das mudanças que já estão se desenvolvendo, e que culminarão numa reviravolta sócio-político-financeira.

As potências arrivistas — China, Índia, e talvez outras como Brasil e Indonésia — poderão promover um novo conjunto de alinhamentos internacionais, marcando potencialmente uma ruptura definitiva de algumas instituições e práticas pós-Segunda Guerra”, diz um trecho do estudo obtido pelo GLOBO, e que deverá ser divulgado esta semana pelo NIC. As sugestões dos analistas que servirão de base à reavaliação da política externa americana, diante das previsões contidas no estudo, permanecerão sigilosas. A projeção da China, da Índia, do Brasil e da Indonésia no cenário mundial é apontada como algo semelhante ao advento da Alemanha unida no século XIX e ao poder obtido pelos EUA no século XX. O século XXI, segundo analistas, pode ser visto como a era em que a Ásia, liderada por China e Índia, passará a ser uma verdadeira potência — graças a uma combinação de alto crescimento econômico, expansão de suas capacidades militares e força de trabalho de suas grandes populações”.
O referido documento considera o Brasil como o menos problemático dado que continuará a ser o parceiro estratégico tantos dos EUA como da Europa enquanto que os outros três actores “têm potencial para tornar obsoletas as antigas categorias de Leste e Oeste, Norte e Sul, alinhados e não-alinhados, desenvolvidos e em desenvolvimento, tradicionais grupamentos geográficos cada vez mais perderão destaque nas relações internacionais”, principalmente a China com um PNB que será maior que o de todas as potências ocidentais nestes próximos 15 anos, aliado a um desenvolvimento petrolífero só acompanhado pelo Brasil.
O estudo termina com um alerta que nos diz particularmente respeito. A existência de “governos frágeis, economias atrasadas, extremismo religioso e o crescimento da juventude vão se alinhar para criar uma tempestade perfeita para conflitos internos em várias regiões. Alguns deles, particularmente os que envolvem grupos étnicos além das fronteiras nacionais, criarão o risco de uma escalada de conflitos regionais”.
Um estudo para meditar e estudar.

1 comentário:

Antropomorfo disse...

Por lo pronto hoy Brasil es el país que cuenta con el liderazgo en América Latina (aunque la economía mexicana es más grande) y es el único con industria pesada propia. Sí, el mundo voltea a ver más seguido a esos tres países