Começou a decorrer o II Congresso Pró Pace, em Angola, levado a efeito pela Igreja Católica angolana.
No primeiro dia, foi palestrante o ex-primeiro ministro português e eterno candidato a candidato á presidência da República portuguesa Prof. Cavaco Silva que na sua alocução, denominada “Democracia e Desenvolvimento” defendeu que a democracia é o garante do desenvolvimento, podendo, desta forma e caso a adopte definitivamente, Angola tornar-se num dos países mais ricos de África.
Mas para atingir este desiderato Angola terá de defender o funcionamento das instituições democráticas porque as mesmas serão garantidas pela “vigilância, a fiscalização e a pressão que o parlamento, os partidos da oposição, a comunicação social exercem sobre o Governo fazem com que as suas decisões sejam correctas, mais justas e mais adequadas ao interesse nacional e seja menor a tendência para a acomodação dos governantes ao status quo e para o adiamento das reformas indispensáveis ao desenvolvimento”. Nesta linha o economista português realçou o papel da comunicação social num regime democrático: “Os angolanos, como outros povos de África e da América Latina, só têm a ganhar com uma comunicação social independente, firme na denúncia das ilegalidades cometidas pelos políticos e que evidenciam os problemas que ao estado democrático compete resolver. A responsabilização dos políticos pelo que fazem e pelo que não fazem é um princípio fundamental da democracia pluralista.”
Cavaco Silva avisou, ainda, que a ausência de democracia leva ao atrofiamento da “sociedade civil, incentiva os negócios ilegais e atrai as empresas para os lucros fáceis e especulativos em prejuízo das actividades produtivas em prejuízo do desenvolvimento do pais”.
Mas também não deixou de recordar que a democracia se baseia em pilares essenciais como um governo eleito pelo povo em eleições livres, justas e periódicas, uma oposição com voz activa e direitos respeitados, um poder judicial autónomo, independente e eficiente e forças armadas sujeitas ao controlo do poder civil.
O Congresso que ecorre até ao próximo dia 6 terá ainda como oradores o bispo de Cabinda, Filomeno Vieira Dias, os deputados Bornito de Sousa, Jaka Jamba, Ana Maria de Oliveira e Anália de Victória Pereira, o reverendo Luís Nguimbi e o jornalista Ismael Mateus.
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