17 março 2005

Xenofobia ou dependência económica?


A comunicação social portuguesa, numa maneira geral, faz eco à visita do presidente português ao Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI), no dia em que completou um ano de luta contra a exclusão das minorias étnicas e ao relatório que o Observatório Europeu dos Fenómenos Racistas e Xenófobos editou.

De acordo com o Observatório Europeu dos Fenómenos Racistas e Xenófobos, Portugal é o 4.º país da UE com o maior índice de xenofobia, com 62,47% dos portugueses a mostrarem-se contra a vinda de pessoas de outros países. Só a Grécia (87,48%), a Hungria (86,53%) e a Áustria (64,37%) tiveram resultados mais desanimadores no maior estudo já feito na UE sobre racismo e xenofobia” (podem ler o corpo da notícia no
CM)

Já no
JN é ressalvado a defesa de Sampaio na “necessidade de "uma política de imigração" que promova a rápida integração dos estrangeiros, bem como a sua legalização. "Não nos podemos dar ao luxo que a ilegalidade, a exploração e a exclusão campeiem em Portugal", …” que sublinhou não ser “possível "uma política de porta aberta", mas deve ser "uma política assumida para integrar as pessoas que os procuram".

O JN relembra que 5% da população portuguesa é imigrante contribuindo para a riqueza nacional mas, na sua maioria ilegais, com ocupação em trabalhos “ilegais” e sobrevivendo da economia paralela. É a falta de uma verdadeira integração social explorada por diversas entidades, algumas delas a trabalhar paa o próprio Estado, em obras “bem” públcas.

Não quero, nem desejo branquear o que é condenável.
Mas será que é um problema de racismo – que o há e não devemos escamote-á-lo – ou, principalmente, uma questão económica.
Portugal vive numa recessão económica que ninguém – mas mesmo NINGUÉM – consegue prever o seu términos, nem quando melhorará, e na ideia de sempre presente do desemprego; por esse facto, serão sempre os imigrantes os primeiros a sentirem na pele o desagrado interno.
Dai, e uma vez mais, a pergunta. Racismo ou dependência económica?
Eu quero crer nesta última.

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