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24 novembro 2012

O novo faraó ou a afirmação de Hassan al-Banaâ?


Mohamed Morsi assumiu esta quinta-feira poderes que nem Mubarak tentou fazer: autodeclarou-se inimputável face aos juízes sendo que todas as normas por ele mandatadas não poderão ser revogadas pelas autoridades judiciárias.

Coloca-se, assim, acima do poder judicial, dado que, para e segundo ele, os seus decretos são inapeláveis. Recorde-se que, recentemente, demitiu o Procurador-geral da República que se mantinha desde a era Mubarak e substituiu-o por outro da sua confiança.

É a completa afirmação da vontade de Hassan al-Barraâ fundador dos Irmãos Muçulmanos (também reconhecidos como Irmandade Muçulmana) e a aprofundação da nova Constituição que está a ser criada pelos islamitas no parlamento (mesmo se sabendo que este está a ser investigado pelo tribunal Constitucional).

Os líderes da oposição propuseram que no dia de ontem houvesse "um milhão em marcha" contra o "novo faraó" e na Praça Tahrir algumas centenas de pessoas responderam ao apelo.

As sedes do partido de Morsi foram atacadas e incendiadas e a polícia chamada para conter os inúmeros protestos. Note-se, no entanto, que apoiantes de Morsi estão a fazer comícios a saudar as directrizes do presidente egípcio.

20 julho 2012

O eterno apoio dos autocratas aos seus congéneres…


A Síria está a ferro e fogo pelo controlo do país entre aqueles que se arrogam da defesa da Liberdade do país e o já decano presidente Bashar al-Assad alojado no seu bunker de Damasco.

Várias têm sido as tentativas para colocar os dois opositores numa mesa de negociações viável e credível através quer dos países árabes quer, e principalmente, da ONU.

Pois se várias têm sido as tentativas vários foram os vetos “oferecidos” por dois países que, tal como al-Assad são geridos por autocratas que quase se eternizam, sob capas de projectos democráticos, no Poder.

E a desculpa, em parte derivada do fracasso da Líbia, é que qualquer eventual resolução aprovada abriria o caminho a intervenção armada de terceiros na Síria.

E há dois países a quem o caso da Líbia ainda mantém a ferida muito viva, embora, como adiante refiro, este não seja o único interesse.

São os casos da Rússia e da China a que não faltam outros apoios em sectores muito próximos dos sírios, embora, estranhamente ou talvez não, politica e religiosamente incompatíveis aos sino-russos.

Recordava, por exemplo, do Irão…

Ou seja, três autocracias evidentes que têm por hábito apoiarem e suportarem, às vezes até à exaustão política, social e económica, os seus comparsas autocratas em todo o Mundo.

Bom, mas diga-se que, no que toca a apoios estranhos, estes três coadjuvantes no estão sozinhos. Alguns de muitos países do chamado Mundo Livre também gostam, enquanto o petróleo e os minérios especiais lhes caem livremente nas suas economias, apoiar alguns certos autocratas instalados há decénios no Poder…

21 outubro 2011

Kadhafi, já era? 4

(da Internet)

Tal como aconteceu com outro líder africano - já me recordo que era africano, mas ainda não me recordo bem do seu nome, porque será? -, tal como aconteceu com Saddam e com Laden, ou seja, tal como aconteceu com todos os que a serem julgados - devidamente julgados, sublinhe-se, - poderiam aplicar a "boca no trombone" e colocarem em cheque certas políticas e certos políticos, Muammar Kadhafi, depois de executado, tudo aponta, vai ser enterrado em segredo!

A História e as estórias continuam a repetir-se, para grande satisfação daqueles que querem ver os ditadores apeados e eliminados, sem que a população nada questione. é mais um ditador banido.

E o que o Povo quer é a exclusão de todos os ditadores...

Kadhafi, já era? 3

Confirma-se a morte de Kadhafi!

E, tudo aponta que foi liminarmente executado e sem julgamento prévio. O que, tendo em conta o que o autocrata poderia dizer num julgamento, deve, nesta altura, haver muitos a dormir mais descansados sabendo que ele já nada pode dizer...

03 setembro 2007

Democracia e Totalitarismo

"Democracia é a epístola que todos os políticos mais utilizam quando desejam chegar aos eleitores e, com isso, atingir os seus fins: o poder. Democracia é, também, a imposição da vontade da maioria sobre os desejos e ambições de uma minoria. Ou seja, e como diria Churchill, é uma ditadura da maioria sobre a tenção da minoria.
De entre as ditaduras, a menos má. A pior das ditaduras será o despótico Totalitarismo onde o poder é quase sempre infinito. Em regra, o Totalitarismo deve-se à inexistência de vontades diferentes e de uma sociedade civil organizada, ou à afirmação de um único partido ou uma única entidade sobre um Povo, ou à asseveração do poder do Estado, através das suas instituições, sobre a comunidade.
Mas à Democracia pode-se juntar um bom naco de Igualdade – a que vê os povos e os eleitores como iguais –, conjugados com uma escudela cheia de Fraternidade – aquela que acha que as diferenças só existem na cabeça dos imbecis – e de, por fim, um molhe imenso de Solidariedade – o que os povos livres sentem pelos oprimidos. E depois disto, teremos um maravilhoso bolo chamado Utopia.Só que, infelizmente, a Democracia é cada vez mais um efémera Utopia e está se tornando no valor mais sagrado dos hipócritas. (...)
" (continuar a ler aqui).

Publicado n' , nº 051, de hoje, sob o título "Moçambique a caminho do totalitarismo"

30 janeiro 2007

Hugo Chavez, o novo “pequeno” ditador?

(montagem feita com base num cartoon de Alfredo Pong)

Quem pensaria que Hugo Chavez, o actual porta-voz de Fidel, se tornaria no primeiro ditadorzeco do século XXI, uma absurda cópia do “Grande Ditador” de Charles Chaplin…
Pois é nisso que a Congresso Chaveziano, da República Bolivariana da Venezuela quer tornar Hugo Chavez ao se preparar para aprovar uma lei que torna a governação chaveziana feita por decreto durante cerca de um ano e meio, período no qual o actual presidente poderá colocar em prática o seu “revolucionário” Socialismo do Século XXI.
Durante esse período Chavez irá nacionalizar sectores energéticos e serviços públicos, retirar as licenças de rádio e teledifusão a quem não está com ele, acabar com a autonomia do Banco Central, eliminar o limite às reeleições presidenciais e unificar os partidos que o apoiam.
Em duas palavras, o Congresso vai aprovar a «Lei Habilitante» que dará plenos poderes a Hugo Chavez tornando-o não num imperador, como o alcunhou um dos líderes da oposição, mas no primeiro ditador socialista latino-americano do século XXI.
E já agora, alguém acredita que os EUA, caso se torne efectiva a pressão venezuelana sobre o petróleo, como pondera fazer Chavez, permitirá que este se mantenha no poder tal como ainda tem “admitido” a manutenção da família Castro?
É que além da mais que provável tomada de posição ultra-maioritária chaveziana nas companhias petrolíferas que operam no pais, a Venezuela celebrou um acordo de defesa militar com o Irão, vai comprar mísseis e helicópteros à Rússia e criou uma joint-venture petrolífera com a China (mais um “campo” petrolífero onde a China vai querer mandar…)

27 dezembro 2006

Saddam vai ser executado já?

(foto daqui)
Esta foi, pelo menos, a indicação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) iraquiano que não só confirmou a sentença do Alto Tribunal Penal que o “julgou e condenou” como deu 30 (trinta) dias para consumar a sentença, ou seja, ser enforcado.
Absurdo!!
Não defendo as atitudes de um ditado facínora nem do seu regime, mas todos têm direito a um julgamento justo e equilibrado e isso, segundo a Amnistia Internacional, os advogados do réu – a maioria estrangeiros, logo mais independentes, – e algumas organizações jurídicas acusaram o julgamento de ser tudo menos justo e equitativo.
Mas também o que se pode esperar quando:
- o STJ, sabendo que ainda existem vários processos para serem julgados decide a consumação da condenação num prazo de 30 dias “esquecendo” os outros inúmeros processos pendentes sobre Saddam Hussein;
- o primeiro-ministro iraquiano, por acaso e só por acaso xiita tal como os que levaram á condenação à morte do ditador, quer fazer cumprir a sentença até ao final do ano, esquecendo que ainda estão mais processos para serem julgados e que os muçulmanos vão entrar num dos períodos mais paradigmáticos do islamismo: o Eid El Adha, ou a festa do sacrifício;
- o xerife de Texas, reconhecido como presidente dos EUA, George W. Bush, aplaude a sentença do STJ, interferindo inequivocamente na justiça de um país estrangeiro, esperando que a mesma seja cumprida de imediato; esqueceu-se que estão mais processos jurídicos pendentes sobre o ditador.
Será que todos têm medo que Saddam decida, de uma vez, falar em Tribunal e diga tudo aquilo que alguns temem que ele fale?
Um sunita, por mais ditador e facínora que tenha sido, não conseguiria dominar a larga maioria xiita e combater um país xiita, como o Irão, se entre os xiitas não houvessem também colaboradores próximos de Saddam, logo algozes como ele.
E será isso o que muitos temem e, como eles, aqueles que, externamente, o apoiaram!!! Que ele, enfim, fale!
Entretanto, e enquanto isso, já morreram 2974 militares dos EUA – um número já superior ao das vítimas do 11 de Setembro – e ficaram feridos 22.401 soldados; isto só dos EUA. E dos outros? Será que a queda de Saddam, porque foi disto que se tratou e nada mais, justificou estas mortes e de milhares iraquianos e a quase completa “shatterização” do Iraque?
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ADENDA. Nem de propósito. O antigo chefe da diplomacia e, mais tarde, vice-primeiro-ministro, de Saddam, senhor Tarek Aziz, por acaso um cristão, quer testemunhar antes da execução do ditador, porque segundo ele terá informações importantes sobre a chacina dos curdos e que, por certo, irão «provocar um grande embaraço junto de muita gente no interior e no exterior». Será que os seus carcereiros - Aziz entregou-se aos norte-americanos em 2003 - e o Alto tribunal Penal deixarão que ele preste este testemunho?

12 dezembro 2006

Os ditadores protegem-se


(imagem BBC News)

Lembram-se de um tal Mengistu Mariam que chegou a se intitular “Imperador Vermelho” e que governou a Etiópia entre 1977 e 1991 com o apoio da defunta União Soviética que, por acaso e até essa data, apoiava a Somália?
De notar que Mariam esteve entre os militares que derrubaram o imperador Hailé Selassié.
Sabiam que quando Mariam foi deposto, fugiu para os braços de um tal Robert Mugabe, o eternizado presidente do Zimbabwé?
Acabei de ler aqui que o tal senhor, ao fim de 12 anos de férias no Zimbabwé, foi considerado culpado pelo Supremo Tribunal Federal da Etiópia pela prática de genocídio, detenção ilegal, homicídio e confiscação de propriedades. E com ele outros 34 réus, a maioria, à revelia.
Mas como ele continua nos braços do seu amigo Mugabe o Tribunal vai ter de proferir a condenação – que se espera seja à morte, para não variar, não conhecem outra condenação mesmo que a mereçam – à revelia porque o Zimbabwé, na pessoa do seu ilustre presidente, tem recusado os pedidos de extradição do ex-ditador.
Pois é, os ditadores protegem-se embora, por vezes, se odeiem. Mas como sabem muito uns dos outros…

11 dezembro 2006

Um já foi…

(Allende e Pinochet)
Um dos maiores ditadores da era moderna faleceu ontem na sequência de um enfarte de miocárdio tido há pouco tempo.
Augusto Pinochet, para muitos o maior ditador da América Latina – há quem queira, convenientemente, esquecer outros – e para outros uma vítima do sistema e, por isso, continuam a manter-lhe a auréola de um grande patriota, morreu como viveu: na ribalta do conflito. Ou seja, até às portas da morte e quando terá recebido a extrema-unção havia dúvidas da sua debilidade física.
Não foi julgado pelos crimes cometidos durante o seu regime pretoriano mas não conseguiu justificar muita da fortuna que acumulou no estrangeiro.
Não foi julgado pelo Golpe de 11 de Setembro de 1973, contra o governo do socialista Salvador Allende e dos morticínios que se seguiram. Mas se tivesse sido julgado, teria sido realmente condenado?
Relembro um livro que li em finais de 1974, para um trabalho escolar, editado, salvo erro, pela Edições 70, precisamente sobre o Golpe e os momentos que o antecederam, nomeadamente a greve dos camionistas que foi o rastilho final. Nesse livro, do que, lamentavelmente, não me recordo nem autor nem o título, há um capítulo onde Allende chama ao palácio presidencial as cúpulas militares que, mais tarde, tomariam o poder e disse-lhes na cara que sabia que estavam a preparar um Golpe com a conivência da CIA. Disse-lhes quem participava e quem era o chefe, bem assim, quem era o operacional que os estava a ajudar.
Allende tinha, na altura, o corpo militar presidencial a seu lado. Porque não impediu, na altura, o golpe e deteve os militares?
Ele tinha tudo nas mãos. Porque deixou o país cair no abismo como caiu?
Esta é uma das dúvidas que desde sempre me assaltou e que também o autor, no fim colocava.
Um já morreu, mas na América Latina ainda persistem outros da mesma época ou mais velhos, alguns doentes - muito doentes que nem se sabe se chegarão ao Natal, mas que não deixam de dar nome a localidades -, e que nunca foram alvo de condenações judiciais ou ainda persistem em mandar nos seus países como coutadas pessoais se tratassem.

30 março 2006

Um já lá está e...

Charles Taylor, o deposto presidente da Libéria, acusado de inúmeros crimes contra o seu próprio país, contra terceiros e contra a Humanidade já está preso às ordens de um Tribunal especial das Nações Unidas para responder por crimes na e contra a Serra Leoa.
É o primeiro Chefe de Estado ou de Governo africano – quantos mais poderão estar na calha – nessa situação.
Só se espera que não se “suicide” na prisão, como recentemente aconteceu com outros. Por vezes, há certos suicídios ou mortes súbitas que são bem-vindos… não vão eles falarem demais e denunciarem certos esquemas ou “amigos” de outrora.
Um já lá está!!!! E os outros...?

27 junho 2005

Mugabe e o retorno às zonas rurais

Image hosted by Photobucket.com (Mugabe, ainda se recorda dele?)
Já um tempo que não falo desta personalidade afro-austral porque, cada vez que o faço, ele arranja sempre algo mais actual para falar dele – e por mim há coisas mais importantes que dar guarida a um idiota que é acolhido na cena internacional para caricaturar a África dos nossos sonhos –, é como Mugabe estivesse a ler os meus apontamentos (passe o exagero e o alter-ego).
Há dias li, e vi umas fotos obtidas via satélite, onde um determinado bairro teria sido devastado por ordens do grande timoneiro zimbabweano; quem consegue manter no poder com um país com uma agricultura completamente devastada, e nada é feito internamente, só pode ser um timoneiro. Só que eu creio, e tenho a certeza, que os líderes seus vizinhos gostariam de ter um outro interlocutor para conversar – mas a cobardia política às vezes impede de falarem alto, curto e grosso como seria desejável, preferem pensar que a fruta cai de podre -; mas esquecem que até caírem as frutas boas desaparecem na podridão.
Entretanto o silêncio internacional, com particular destaque para o silêncio africano, vai continuando omnipresente.
Pois a devastação dos bairros limítrofes a algumas cidades é justificada como um acto para obrigar as populações a voltarem às zonas rurais. E quais? Como? Com quê, a sobrevivência?
Pois, eis que José Pimentel Teixeira, num excelente apontamento “Murambatsvina: o Zimbabwe e o Silêncio” traz-nos uma perspectiva pouco animadora de quem está, territorialmente, tão próximo e, simultaneamente, tão distante para poder apresentar a prosa como o faz.
Proponho uma leitura atenta a este apontamento.