A Faixa de Gaza é desde ontem um Estado islâmico, assim o tendo decidido o Hamas depois de ter declarado vitória sobre os rivais da Fatah, que suportam o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas.
Outra das medidas que o Governo de Hamas, de Ismail Haniyeh, – aceitemos, ou não, legitimado pelas eleições que os colocaram no poder – foi declarar que deixava de reconhecer o ANP, dado nunca ter aceite os Acordos de Oslo, de 1993, que criaram o ANP.
Mais do que estar em causa a legitimidade internacional do ANP, está em causa a unidade palestiniana, que fica dividida em duas regiões, Gaza e Cisjordânia, e o frágil processo de Paz na região.
Os fundamentalistas do Hamas parece que vão conseguir aquilo que israelitas e norte-americanos não conseguiram em muitos anos. Que a comunidade árabe os abandone e acabe por aceitar tacitamente, e em definitivo, a presença dos israelitas na região.
Alguém, de bom senso, acredita que jordanos, libaneses – que ultimamente estão numa luta interna para expulsar um grupo fundamentalista, segundo dizem, próximo da al-Qaeda, mas que tem o apoio do Hamas – ou os sauditas e, principalmente porque passarão a ser vizinhos, os egípcios e os israelitas os acolherão sossegadamente?
É evidente que não!
E serão os árabes os primeiros a tudo fazerem para que os fundamentalistas do Hamas sejam expulsos.
A sua permanência no poder seria como uma primeira pedra do descalabro do periclitante actual sistema político árabe e islâmico da região.
Seria o fim dos regimes moderados islâmicos na península árabe e a projecção total dos regimes sírio e iraniano.
Ninguém acredita que os israelitas esperarão pelas modas mesmo que os EUA desejem uma resolução interna do conflito palestiniano, mesmo que os norte-americanos apoiem e se solidarizem com o presidente do ANP, mesmo que afirmem que nada está terminado porque o governo do Hamas vai ser dissolvido com base na declaração de emergência decretado pelo presidente palestiniano, mesmo que declarem que a solução terá de passar pelo diálogo, é crível que nesta altura Condoleezza Rize já esteja a manobrar em concertação com os árabes moderados da região o fim do Hamas.
Só que não se devem esquecer do Irão!
Mais uma acha para a subida exponencial do crude e para o enriquecimento de uns quantos nababos árabes e africanos que vivem do e para o petróleo; e sempre com o beneplácito dos EUA e de alguns dos seus principais dirigentes com interesses nas petrolíferas.
Entretanto, alguém ouviu, por aí, a União Europeia?
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