Para assinalar esta efeméride surgiu hoje no seio da Comunicação Social da Princesa do Índico um novo órgão informativo "O Observador" com direcção do jornalista Jorge Eurico.
Este novo órgão vai ser, inicialmente, disponibilizado em "PDF" por assinatura e, mais tarde, penso que também em papel e na Net.
Ao novo órgão comunicacional moçambicano e aos seus líderes as maiores venturas.
Tendo os líderes d' O Observador me honrado com um convite para participar no primeiro número, nada como aproveitar para assinalar o dia com um artigo sobre os 32 anos de moçambique.
O artigo foi publicado sob o título "Ricos na pobreza, pobres na riqueza":
Moçambique completa neste 25 de Junho o seu 32º aniversário como Estado independente e à procura do verdadeiro desenvolvimento económico, político e social.
Tendo sido o 2º estado afro-lusófono a ascender à independência e o primeiro, dos que o tinham, a pôr termo a uma crise político-militar interna, Moçambique quer, depois de várias vicissitudes, entrar nos carris do pleno crescimento.
Foi um Estado socialista, mais proletário que soviético, sob a tutela da Frelimo e do seu carismático presidente Samora Machel.
Viveu a transição entre o socialismo, do proletariado e do poder popular, e o multipartidarismo sob a presidência e a ductilidade de Joaquim Chissano. Vive, há cerca de ano e meio, uma nova fase do multipartidarismo sob a égide de Armando Guebuza.
Mas em 32 anos o que realmente mudou em Moçambique? A política? Não me parece dado que continua a ser a Frelimo quem comanda os destinos da grande Nação de José Craveirinha, Mia Couto e Eduardo Mondlane. Muito menos a riqueza económica e social apesar de ser um dos países africanos que regista maior crescimento da economia ainda que venha a decrescer desde 2001 que registou cerca de 13% para os 6,5% registados no final de 2005, prevendo-se que tenha atingido os 7,9 em 2006.
Moçambique mantém-se entre os países mais pobres de África e, subsequentemente, do Mundo, apesar de haver certos indicadores que apontam um rendimento per capita de cerca de 1500 USdólares (USD).
Seria uma cifra interessante, face ao que o Pais já sofreu e já produziu, se não estivesse sob diversos cutelos como o elevado número de pobres (cerca de 70%); o forte índice de desemprego (à volta dos 21%); a inflação que com os novos métodos ainda anda dentro, ou quase, da casa dos dois dígitos percentuais; uma agricultura que ocupa 81% da população mas que só contribui com cerca de 21,1% para a riqueza do País; e uma alta dependência do comércio externo.
Apesar das Exportações já quase cobrirem as Importações, em quase 91,4%, a sua dívida externa (cerca de 2,4 mil milhões de USD, representando cerca de 25% do PIB,) mantém-se incomportável e muito da estabilidade da Balança de Pagamentos moçambicana depende da cooperação externa.
Por isso o que mudou nestes 32 anos de independência?
Clara e, inequivocamente, o turismo, cada vez mais um sector importante para a captação e manutenção das divisas externas, que já contribui com cerca de 2,5% do PIB quando há poucos anos não chegava a 1%.
Tendo sido o 2º estado afro-lusófono a ascender à independência e o primeiro, dos que o tinham, a pôr termo a uma crise político-militar interna, Moçambique quer, depois de várias vicissitudes, entrar nos carris do pleno crescimento.
Foi um Estado socialista, mais proletário que soviético, sob a tutela da Frelimo e do seu carismático presidente Samora Machel.
Viveu a transição entre o socialismo, do proletariado e do poder popular, e o multipartidarismo sob a presidência e a ductilidade de Joaquim Chissano. Vive, há cerca de ano e meio, uma nova fase do multipartidarismo sob a égide de Armando Guebuza.
Mas em 32 anos o que realmente mudou em Moçambique? A política? Não me parece dado que continua a ser a Frelimo quem comanda os destinos da grande Nação de José Craveirinha, Mia Couto e Eduardo Mondlane. Muito menos a riqueza económica e social apesar de ser um dos países africanos que regista maior crescimento da economia ainda que venha a decrescer desde 2001 que registou cerca de 13% para os 6,5% registados no final de 2005, prevendo-se que tenha atingido os 7,9 em 2006.
Moçambique mantém-se entre os países mais pobres de África e, subsequentemente, do Mundo, apesar de haver certos indicadores que apontam um rendimento per capita de cerca de 1500 USdólares (USD).
Seria uma cifra interessante, face ao que o Pais já sofreu e já produziu, se não estivesse sob diversos cutelos como o elevado número de pobres (cerca de 70%); o forte índice de desemprego (à volta dos 21%); a inflação que com os novos métodos ainda anda dentro, ou quase, da casa dos dois dígitos percentuais; uma agricultura que ocupa 81% da população mas que só contribui com cerca de 21,1% para a riqueza do País; e uma alta dependência do comércio externo.
Apesar das Exportações já quase cobrirem as Importações, em quase 91,4%, a sua dívida externa (cerca de 2,4 mil milhões de USD, representando cerca de 25% do PIB,) mantém-se incomportável e muito da estabilidade da Balança de Pagamentos moçambicana depende da cooperação externa.
Por isso o que mudou nestes 32 anos de independência?
Clara e, inequivocamente, o turismo, cada vez mais um sector importante para a captação e manutenção das divisas externas, que já contribui com cerca de 2,5% do PIB quando há poucos anos não chegava a 1%.
De uma maneira geral, o sector dos Serviços já concorre com cerca de 48% para o PIB moçambicano.
Outro dos factores que mudou no País, e apesar de política e economicamente ainda depender, e em muito, da sua vizinha África do Sul, foi a sua postura de maior diversidade nas relações externas. Se a maioria das importações são provenientes da África do Sul o seu maior importador já é a Holanda. E a China perfila-se, como em outros Estados africanos, como o grande impulsionador da economia moçambicana…
Finalmente, e aqui Moçambique, a par de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe mostra quanto a História foi e é importante, a quase estabilidade política no País.
Independentemente da Frelimo manter o seu controlo e o seu poder sobre a sociedade política moçambicana, pelo que ainda há muito para alterar e mudar, verifica-se que o poder da Comunicação social moçambicana está a contribuir para que esse poder se vá diluindo progressivamente, pelo menos a nível local.
O poder moçambicano mostrou que pode estar quase todo na mão de uns quantos. Mas não temem a alternância mesmo que isso lhes faça perder certos privilégios. Nunca serão todos porque os principais estão nas mãos daqueles que sabem girar e se posicionar conforme o vento e as intempéries.
Moçambique que ainda não actualizou o seu recenseamento eleitoral, nem por isso já deixou de marcar as eleições locais.
Como era bom que outros pusessem os olhos no actual poder instituído em Maputo. E como eles são tão próximos…
Mas em 32 anos o que mudou?
Talvez muito, segundo uns, talvez pouco, segundo outros, mas, inequivocamente, Moçambique tornou-se num Estado que procura, como escrevi no início um verdadeiro desenvolvimento económico, político e, ainda que um pouco distante, social.
Está nas mãos dos decisores políticos moçambicanos este desiderato.
Não o será com justificações desconexas como as que resultaram da explosão do paiol de Malhazine e do incêndio do Ministério da Agricultura.
Mas também reconheço que já muito se fez em cerca de 12 anos de paz que muito poucos acreditariam ser possível manter…
Outro dos factores que mudou no País, e apesar de política e economicamente ainda depender, e em muito, da sua vizinha África do Sul, foi a sua postura de maior diversidade nas relações externas. Se a maioria das importações são provenientes da África do Sul o seu maior importador já é a Holanda. E a China perfila-se, como em outros Estados africanos, como o grande impulsionador da economia moçambicana…
Finalmente, e aqui Moçambique, a par de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe mostra quanto a História foi e é importante, a quase estabilidade política no País.
Independentemente da Frelimo manter o seu controlo e o seu poder sobre a sociedade política moçambicana, pelo que ainda há muito para alterar e mudar, verifica-se que o poder da Comunicação social moçambicana está a contribuir para que esse poder se vá diluindo progressivamente, pelo menos a nível local.
O poder moçambicano mostrou que pode estar quase todo na mão de uns quantos. Mas não temem a alternância mesmo que isso lhes faça perder certos privilégios. Nunca serão todos porque os principais estão nas mãos daqueles que sabem girar e se posicionar conforme o vento e as intempéries.
Moçambique que ainda não actualizou o seu recenseamento eleitoral, nem por isso já deixou de marcar as eleições locais.
Como era bom que outros pusessem os olhos no actual poder instituído em Maputo. E como eles são tão próximos…
Mas em 32 anos o que mudou?
Talvez muito, segundo uns, talvez pouco, segundo outros, mas, inequivocamente, Moçambique tornou-se num Estado que procura, como escrevi no início um verdadeiro desenvolvimento económico, político e, ainda que um pouco distante, social.
Está nas mãos dos decisores políticos moçambicanos este desiderato.
Não o será com justificações desconexas como as que resultaram da explosão do paiol de Malhazine e do incêndio do Ministério da Agricultura.
Mas também reconheço que já muito se fez em cerca de 12 anos de paz que muito poucos acreditariam ser possível manter…
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