Ora aqui está como se consegue sobreviver no intrincado mundo da diplomacia mesmo que em causa esteja a Constituição do País – no caso Timor-Leste – ou os seus vizinhos do Sul.
O título, mais correctamente, deveria ser, “Indonésia 1 – Coligação CPLP/Tétum/Austrália 0” tal a tareia futebolística que José Ramos-Horta deu a estas três entidades.
Então não é que o recém-empossado presidente de Timor-Leste – dizem que é membro de pleno direito da CPLP onde a Lusofonia (que é isto????) predomina –, na tomada de posse, e perante o Parlamento Nacional, se exprimiu não em tétum, ou em português, as duas línguas oficiais do país, mas fez parte do seu discurso “em bahasa, para gáudio dos jornalistas indonésios presentes na cerimónia, que comentaram na ocasião o seu "sotaque ocidental" e o "bom domínio" da língua indonésia”.
E não é que repetiu a gracinha – como é que os “aussies” engoliram este sapo? – no jantar de gala em sua honra, afirmando que “o bahasa indonésio ocupa um lugar especial na nossa vida diária como língua de aprendizagem e de comunicação”.
Por isso não surpreende que o presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono, tenha declarado ter a intenção de fomentar a criação, em breve, de um departamento de bahasa indonésio na Universidade Nacional Timorense, “a nossa ex-colónia indonésia” como afirma, ou relembra, o Jakarta Post.
Também quando José Ramos-Horta afirma que é sua intenção fomentar e colocar o bahasa e o inglês – uma no cravo, outra na ferradura – na Constituição como línguas obrigatórias, dado que esta já as considera como línguas de trabalho.
E a CPLP a vê-los passar…
Ou mudam-na, ou fechem-na!
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