A Fundação Mo Ibrahim, criada pelo magnata sudanês Mo Ibrahim a viver em Londres, apresentou a lista anual dos que considera os melhores países africanos em termos de Governação. A lista reflecte somente 48 dos 52 países africanos; não contempla os países ao Norte do Sara.
Os critérios principais para a nomeação são a Segurança; a Transparência e a Corrupção; Direitos Humanos; Desenvolvimento económico sustentável; e o Desenvolvimento Humano.
Face a estes critérios a Fundação considera que Maurícias, Seychelles, Bostswana, Cabo Verde – melhorou face ao ano passado – África do Sul, Gabão, Namíbia, Gana, Senegal e São Tomé e Príncipe são os 10 melhores países.
No extremo oposto os cinco piores são a Somália – o pior de todos, o que se compreende face à guerra-civil que persiste –, o Congo Democrático, Chade, Sudão e… Guiné-Bissau (desceu do 23º para o 44º).
Mas para que os restantes países afro-lusófonos não fiquem eventualmente envaidecidos por não estarem nos lugares piores ou enciumados porque não foram referidos, sublinhe-se que Angola ocupa o pouco honroso 42º lugar (subiu cinco lugares), logo à frente da Libéria, e atrás de países como a Serra Leoa, Zimbabué – que a Fundação diz ter melhorado face ao ano anterior – ou Guiné-Equatorial (três claras ditaduras) ou da Eritreia – que se perfila como um Estado-terrorista para o Ocidente –, enquanto Moçambique está na primeira metade da tabela, em 23º lugar, descendo três posições.
Sublinhe-se os dois países insulares afro-lusófonos entre os 10 países que apresentam melhores índices de governação; registe-se que entre os 10 primeiros, 4 são arquipélagos.
Mas a Fundação não se fica por este índice de Boa Governação. Paralelamente decidiu criar um prémio de 5 milhões de dólares para o presidente reformado que melhor se distinguiu na boa “transferência democrática do poder”.
Note-se que o prémio é válido por alguns anos e depois a “reforma” manter-se-á pelo resto da vida mas só por 200 mil dólares. Ainda assim…
Não será isto um incentivo para certos governantes se decidirem por eleições e não se recandidatarem?
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