Decorre hoje o 34º aniversário da Declaração uunilatral da Independência da Guiné-Bissau, em Medina, Boé, pelo então comandante da Região Militar e, hoje, o actual Presidente da República, João Bernardo "Nino" Vieira.
34 anos de incertezas e subdesenvolvimento causados, em grande parte, por conflitos internos entre militares e entre estes e civis, golpes de Estado, por uma corrupção e um compadrio inqualificáveis, subserviências múltiplas, desrespeito pelos Direitos Humanos e políticos e jurídicos, por uma falta continuada e indigna do pagamento de vencimentos enquanto uns quantos jactam-se nos seus belos bólides pelas ruas das cidades guineenses, por acusações de narcotráfico que as autoridades não conseguem anular, pela “expulsão” das forças de Manutenção de Paz da ONU (um facto que levou o jornalista Bissau-guineense João Carlos Gomes alertar sobre como é que militares senegaleses, também acusados de certos desmandos, alguns até na Guiné-Bissau, se mantém nos Capacetes Azuis e os Bissau-guineeenses não? um caso para pensar e ponderar), e, acima de tudo, um forte e vil desrespeito pela insigne história do País e dos seus Homens Grandes.
Até quando a Guiné-Bissau e alguns dos seus líderes – sê-lo-ão? – que vão resistindo, uns mais que outros, pensarão que a Comunidade Internacional insistirá em continuar a admitir e a suportar financeira e organizacionalmente, os desmandos que uns quantos fazem em nome do Povo mas em seu total proveito?
Até lá só me resta desejar felicidades ao povo irmão da Guiné-Bissau e, tal como eles, esperar com paciência de Jó que o Desenvolvimento, a Igualdade, a Alegria regressem um dia e em força, e para ficar, à Guiné-Bissau.
NOTA: Igualmente publicado na rubrica "Colunistas" do Notícias Lusófonas, sob o título "Guiné-Bissau: mais um ano de agonia"
Sem comentários:
Enviar um comentário