Decorreu este fim-de-semana na cidade do Porto, numa organização da Fundação Portugal-África, uma Conferência sobre o tema "Europa-África: uma estratégia comum?" a que fui convidado mas, à qual, lamentavelmente e pelo que lá se disse e afirmou, não pude estar presente.
Uma das intervenções que, pelos vistos, mais brado deu foi a do deputado Lopo do Nascimento, antigo primeiro-ministro de Angola e governador da província da Huíla – chegou a estar apontado com um possível “delfim” de Eduardo dos Santos à presidência –, ao afirmar, franca e lucidamente, que os novos garimpeiros de África são a China e a Índia, como se pode ler aqui.
Uma das suas afirmações mais fortes, só talvez para quem não quer ver as coisas para além do óbvio, a chamada “cooperação” prende-se com aquilo que os países cooperantes, ditos doadores, realmente deixam em África.
Segundo Lopo do Nascimento, só ficam em África 20% do que os doadores “investem”. Tudo porque em cada 100 dólares “doados”, 80 são para pagar os técnicos expatriados e sabemos, como se constata com os técnicos chineses que são sempre muito mais do que os técnicos afro-nacionais e, em regra, melhor pagos.
2 comentários:
Não sou Africana e de África só conheço algumas das nove ilhas de Cabo Verde.É pena, mas nem tudo é como desejamos.
Sempre considerei que Portugal deveria deixar de ser potência colonizadora, mas tenho bastas dúvidas acerca do futuro angolano.
Acabei de ler "O Coração das Trevas" (Joseph Conrad) e , para mal do continente negro, a realidade ainda parece ser a mesma.
Boa noite!
para Àfrica só vai qualquer técnico, se auferir 2 GRANDES SALÁRIOS: ou seja, um salário por não ser africano, outro salário, para fazer alguma coisa.
De graça, só os portugas durante 5oo anos.
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