28 fevereiro 2008

Quando a tradição é aviltante…

... e atentatória da dignidade humana...
Há tradições e tradições.
Há aquelas que não só são de defender e preservar, nomeadamente as culturais, como há as que pela sua iniquidade e abjecção devem ser acabadas, mesmo que tenham uma teórica cobertura da teologia e do tradicional.
E neste caso está a mutilação genital (MGF), ou excisão, que a maioria dos países quer tornar juridicamente proibida mas que alguns indivíduos, nomeadamente os da classe masculina e agregados a ideias e movimentos teológicos desejam preservar.
Entre os países que estão prestes a dar um grande e profundo passo em frente está a Guiné-Bissau que hoje iria ver debatida no seu Parlamento legislação que ponham fim à excisão e impedir que se continue a praticar o acto nas jovens Bissau-guineenses; segundo o Instituto da Mulher e da Criança da Guiné-Bissau, em 2007, mais de 4000 (QUATRO MIL!!) jovens foram sujeitas a mutilação genital feminina.
Mas se as pessoas de boa vontade querem tornar o País num exemplo de vanguarda, outros há que não só criticam como “ameaçam” com eventuais excomunhões como foram os casos de líderes muçulmanos Bissau-guineenses, nomeadamente o presidente da Comissão Nacional Islâmica (CNI), El Haj Abdou Bayo, e Mustafa Rachid Djaló, presidente do Conselho Superior dos Assuntos Islamicos (CSAI), que se opõem à proibição da MGF, alegando que tal será "uma afronta ao Islão" esquecendo-se, porque lhes convém e assim mais facilmente manietam as pessoas mais crédulas, que o assunto nunca foi objecto de estudo corânico e que essa prática vem dos tempos anteriores à penetração do Islão em África!
Como afirmava um responsável de uma ONG Bissau-guineense o “fanado” é um excelente negócio para certos indivíduos da Guiné-Bissau. E só se espera que não aconteça o que sucedeu em 2003 em que as “fanatecas” voltaram à sua “actividade”

2 comentários:

Eduarda disse...

:-(

Aguiar disse...

isto é um problema complicado. seria bom se se podesse mudar as sociedades por decreto, mto bom mesmo.

saudaçoes cordiais