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O Continente africano está a ser varrido por convulsões políticas e sociais como há muito não se via.
Luanda enleia-me o pensamento
perturba-me o raciocínio.
quero ser objetivo, analítico,
mas a semente emocional brota,
erva daninha inelutável,
adoçando as ideias
e amolecendo o coração. (…)
.A minha homenagem à terra da Kianda pelos seus 435 anos!
Foi com orgulho que vi um povo decidir, e de vez, abrir as grilhetas que o amarravam e amordaçavam e despachar quem o encarcerava.
Um povo que é reconhecido pela sua simpatia e liberdade dogmática que andava guilhotinada, esmorecida.
Um povo que via o seu nacionalismo ser espezinhado, há mais de 40 anos, primeiro por Borguiba, desde 1964 quando instituiu o partido único, e depois por Ben Ali e seus acólitos, desde 1987.
E porque os tunisinos foram sempre um povo reconhecido pela sua rica História e Cultura – recordemos que tiveram por berço Cartago que só foi destruído, mas não subjugado, pelo Império Romano – não poderia continuar a ver crescer o descontentamento social sem que nada alterasse, como já tinha ocorrido em 1998 quando o governo de Ali prendeu o líder dos Direitos Humanos. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)
O ano de 2011 está a iniciar muito mal. São só cheias no Estado de Queensland, Austrália, cheias no Estado do Rio de Janeiro, Brasil e mais cheias em Sri Lanka e no Sudeste da África Austral, nomeadamente e como habitualmente, em Moçambique, em parte devido também às chuvas intensas nos países vizinhos.
Parece que El Niño está aí em força!
E já não contamos com os sismos (Chile e Nova Caledónia) e com as crises políticas na Argélia, Tunísia e a manutenção da crise na Costa do Marfim…
Isto para não evocar um ano depois do sismo do Haiti onde tudo continua na mesma fora o número de mortos que parecem continuar a aumentar e depois de tão propalada e badalada ajuda mediática que nunca mais aparece...
O pintor Malangatana, o “professor da moçambicanidade” como lhe chamou Mia Couto deixou de pintar e esculpir para nossa tristeza.
Malangatana Valente Ngwenya tinha sido, em Fevereiro de 2010, laureado com o título de Doutor Honoris Causa, pela portuguesa Universidade de Évora.