15 junho 2006

Apontamentos soltos numa semana de férias

1. O Mundial de Futebol 2006:
Começou na Alemanha o Campeonato do Mundo de Futebol FIFA 2006.
Se face ao resultado que Angola registou não terá começado bem, a selecção dos Palancas Negras não tem, antes pelo contrário, de se sentir desmotivada.
Apesar da derrota por 1-0 perante Portugal, reconhecido como um dos mais fortes do grupo, Angola conseguiu não só, não envergonhar África como mostrar que tem material humano para eventos futuros. Assim os responsáveis saibam trabalhar e assim a equipa técnica deixe de mostrar algum receio, quando a perder, em jogar com um ponta-de-lança, Akwá ou Love, apoiado por dois avançados Mantorras e Mateus e não alternar Akwá por Love ou Mantorras. Embora admita que o técnico Orlando Gonçalves é que melhor conhece os seus homens continuo a não compreender porque Akwá e Mantorras não jogam juntos.
Em qualquer dos casos interessa é que a selecção dos Palancas Negras continue a honrar Angola e o futebol africano.
E por falar de futebol; alguém me explica porque é que a SIC que comprou os direitos de 13/14 jogos não transmitiu nenhum dos jogos de segunda a quarta-feira onde, só por acaso, jogavam três ou quatro dos candidatos ao título e com jogos de capital importância como se provou pelos resultados. Mais um dos mistérios da televisão portuguesa que não entendo…
Ah! Já agora alguém me explica porque que é que os analistas desportivos portugueses dão como certa a classificação da equipa portuguesa caso passe o Irão? É que se esquecem que na última jornada poderá haver 3 equipas com 6 pontos; por exemplo Portugal, se ganhar ao Irão; México caso vença Portugal na última jornada; e Angola caso vença, como espero e desejo, o México e o Irão…

2. Somália, o radicalismo islamita ganha
Na Somália os radicais islâmicos da União dos Tribunais Islamitas (UTI) ganha terreno não só no palco da guerra aos senhores da guerra da Aliança para a Restauração da Paz e Contra o Terrorismo (ARPCT, ou ARPA), que goza do apoio norte-americano, como, e principalmente, junto da população cansada de anos e anos de guerras fratricidas, da fome, de miséria.
Aliado a isto, o UTI é segundo alguns analistas é um forte aliado da al-Qaeda, enquanto outros vão mais longe ao afirmarem que é uma extensão tentacular daquela Medusa assassina.
Uma coisa é certa, depois de terem tomado, diria facilmente, a capital Mogadiscio, ainda mais facilmente tomaram o último grande reduto dos senhores da guerra, Jowhar, o que levou o Parlamento - dominado pelos tais senhores da guerra - a aprovar a criação de uma força de manutenção de paz(?) para o país.

3. A morte de al-Zarqawi fez diminuir alguma tensão?
Parece que a morte do “mártir” jordano al-Zarqawi não só não fez diminuir a tensão no Iraque – como já anteriormente tinha previsto a sua morte lucrou mais aos radicais que ao mundo civilizado e os islâmicos moderados – como agora começou a emergir uma divergência entre a Coligação, liderada pelos EUA, e os iraquianos sobre o que efectivamente aconteceu após a captura do moribundo al-Zarqawi; e tudo isto porque surgem acusações de maus-tratos sobre o corpo do líder da al-Qaeda na Mesopotâmia e no Iraque para obtenção de informações sobre este movimento assassino e terrorista. Verdadeira, ou não, reconheçamos que a “apresentação” cénica da foto gigante da cabeça disformada de al-Zarqawi poderá indiciar que não terá ficado só assim devido ao ataque aéreo. E as declarações do médico militar norte-americano Steve Jones não ajudam a dissipar as legítimas dúvidas daqueles que vêem em tudo o que os norte-americanos fazem como um atentado aos Direitos Humanos. A situação em Guantánamo e o triplo suicídio alí ocorrido são dois dos factores que suportam essas dúvidas.
Não sei se o seu encerramento será suficiente para minorar essas dúvidas. Pessoalmente quero continuar a acreditar num Mundo livre, justo e humanizado.

4. A Palestina em agonia interna
A Palestina vive momentos difíceis. Já não bastava à Terra da Conflitualidade as tensões entre judeus e palestinianos, para estes, agora, se digladiarem entre si como se de clãs se tratassem. E a quem agradam estas disputas fratricidas entre o movimento radical Hamas, maioritário no Parlamento e no Governo, e a Fatah. Por certo que não é a Israel que acaba por levar sempre por tabela.
Não devemos esquecer os apoios claros e inequívocos do Irão e do nada discreto, e nunca formalmente rejeitado, da al-Qaeda ao Hamas, enquanto a Fatah, que apoia o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, goza de imenso prestígio junto dos países árabes moderados – considerar o fanatismo sunita dos sauditas como moderado é, no mínimo, caricato e politicamente conveniente –; por outro lado, o presidente Abbas quer efectuar, em claro confronto político com o Hamas, um Referendo que poderá sancionar, e em definitivo, a presença judaica na região.
Daí que a Israel e muito mais à Palestina esta caótica situação entre os dois mais importantes interlocutores palestinianos não seja a mais interessante nem desejável.

5. Timor-Leste ainda espera
Tão interessante quanto dramática a situação em Timor-Leste. De um lado os australianos que querem tornar esta Nação – e parece que os timorenses são os únicos que ainda o não perceberam – num protectorado fornecedor de hidrocarbonetos quase gratuitos evocando a ingovernabilidade do país. Do outro a ONU e Portugal – alguém viu por aí a CPLP? – a querem manter Timor-Leste como uma Nação viável e independente.
O problema está em saber como irão posicionar no areópago internacional os membros do Conselho de Segurança (CS) e depois da RTP ter transmitido uma reportagem onde o irmão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, por acaso um muçulmano em terra de católicos, e um ex-Ministro são acusados de criarem e armarem uma milícia para destruir a oposição local; ora por mero acaso, este facto já foi denunciado em órgãos informativos australianos e, também só por acaso, só o tinha sido por estes.
Em vésperas de reunião do CS e do que a União Europeia possa dizer, não há dúvidas que foi uma reportagem providencial; falta saber para quem…
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Nota: a enorme dificuldade que continuo a ter para colocar certas imagens no blogger parece-me fazer crer que os problemas anteriores ainda não estarão sanados. Por essa razão um pu outro apontamento não terá imagens e os que têm foram obtidos em vários sítios.

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