Num seminário hoje ocorrido em Lisboa, sob o patrocínio da Assembleia da República portuguesa e da Associação de Parlamentares Europeus para África (AWEPA), foi anunciado que cerca de 14 milhões de crianças – Moçambique, África do Sul, Suazilândia e Malawi, serão os países mais afectados – estão órfãos devido a um problema “menor” chamado HIV/SIDA.
Quando se defende que o uso do preservativo – vulgo, camisinha – não só não resolve o problema (isso é indesmentível) como o seu uso agrava o problema (inconcebível como se pode pensar assim) o Vaticano – que não as missões espalhadas por África ou em certos sectores eclesiásticos – continua a querer não se preocupar, realmente, com a saúde dos povos.
Compreende-se que os dogmas religiosos, nomeadamente os católicos, sejam contra a uma eventual “proliferação descontrolada” do sexo; mas o Vaticano e os seus líderes não podem esquecer que a multifacetada cultura dos povos, em particular, os africanos, não se ajustam a regras e convicções tão caras a um certo Ocidente – que nem este mesmo os cumpre – principalmente quando, como no caso de África, a poligamia e o “culto” do sexo estão ainda muito interiorizado e institucionalizados, mesmo entre as elites.
É certo que o preservativo não resolve um problema que até nem terá começado – parece que não começou mesmo – em África. Não resolve, mas ajuda a minorar a proliferação da pandemia e ajuda a que muitas crianças não tenham de crescer sem um pai ou uma mãe ou sem ambos.
E é bom que todos comecem a se consciencializar que o HIV/SIDA não desaparece só porque se coloca um ramo de cebolas à porta ou comer batata africana, alho, beterraba, azeite e outros produtos naturais em vez de anti-retrovirais, como também não se pode desprezá-lo só porque alguém, inconscientemente, terá afirmado que a camisinha não só não resolve como agrava o problema…
1 comentário:
O uso do preservativo não impede a proliferação do HIV/SIDA. Vários governos estão descobrindo que o melhor meio de prevenir a população contra o contágio da SIDA, é a abstinência sexual e a fidelidade conjugal. Perante os delegados de 17 países que participaram de uma cúpula sobre a SIDA na África, o Presidente da Uganda Yoweri Museveni rejeitou a proposta de entregar preservativos nas escolas porque – afirma – isto só causará mais contágio. Museveni afirmou que promovendo a abstinência o seu país reduziu a AIDS com melhores resultados que naquelas nações onde se privilegia o uso dos preservativos. Uganda é o único país africano que conseguiu baixar substancialmente a taxa de infecção por HIV.
Através de uma campanha intensa baseada na mensagem da abstinência sexual e fidelidade conjugal, Uganda alcançou uma redução da taxa de infecção de 29% para 4% em apenas dez anos.
Por outro lado, em Botswana e África do Sul, onde houve um derramamento de camisinhas, a SIDA aumentou. A África do Sul tem 22% da população com o vírus . A situação de Botswana é ainda pior, com 37% da população adulta infectada pela SIDA.
O professor Norman Hearst, da Universidade da Califórnia em São Francisco, nota que em Botswana as vendas de camisinhas aumentaram de 1 milhão em 1993 para 3 milhões em 2001, ao passo que a infecção pelo HIV entre mulheres grávidas em centros urbanos aumentou de 27 para 45%. Nos Camarões, do mesmo modo, vendas de preservativos aumentaram de 6 milhões para 15 milhões, enquanto a SIDA subiu de 3 para 9%.
Fica claro que contra a SIDA só há uma garantia de 100%: abstinência sexual antes do casamento e fidelidade conjugal. A Igreja, “doutora em humanidade” (Papa Paulo VI), tem razão.
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