Depois de cerca de três meses de uma profunda crise social e política o presidente malgaxe, Marc Ravalomanana, eleito democraticamente – parece que só há democracia quando os eleitos são os nossos ou nós – transferiu o cargo para uma Junta militar constituída por militares de alta patente, a maioria já na reserva, polícia e polícia militar.
Todavia, e na véspera, um grupo de militares, liderados pelo vice-almirante Hyppolite Ramaroson, revoltou-se, entrou no palácio presidencial para deter Ravalomanana e, contrariando a ancestral postura do sector castrense malgaxe, anunciou a queda do Governo de Ravalomanana.
No mesmo dia, o jovem turco TGV Andry Nirina Rajoelina, antigo DJ e, até Fevereiro passado quando foi demitido do cargo, presidente da Câmara de Antananarivo, capital do Madagáscar, assumiu-se como presidente da autoproclamada Autoridade Suprema da Transição para governar o País contando com a ajuda do vice-almeirante revoltoso.
Estranha-se o silêncio da Junta Militar tal como se estranha a rápida atitude do presidente da Alta Corte Constitucional de Madagascar (HCC), Jean-Michel Rajaonarivony, que reconheceu a transferência de Ravalomanana como uma renúncia e acolheu Rajoelina como presidente tendo decidido que dentro de um prazo de dois anos deverá acontecer eleições presidenciais na quarta maior ilha do Mundo.
Tão estranho quanto se sabe que Rajoelina, constitucionalmente, não tem idade mínima – nasceu em 1975 – para ser presidente o que só irá acontecer dentro de dois anos.
Vamos aguardar pela atitude dos antigos militares malgaches, pela efectiva e clara atitude da União Africana, da Comunidade Internacional e, principalmente da SADC de quem ainda não me parecebi que tenha feito alguma consideração.
Parece-me que a SADC continua, democraticamente, a acoitar “certos democratas” desde que sejam, unicamente, os que se intitulam assim, mesmo que os eleitos democraticamente, pelo voto directo – repito, directo, – e explícito do Povo sejam outros…
1 comentário:
Salvem o continente Africano, nao consigo enteder como a pricipal autoridade de um determinado pais e humilhada por parte de um cojunto de individuos. / disia Mahatma Gandhi, a nao violcencia requer esforco pessoal/
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