O correspondente da IPS em Portugal, Mário de Queiroz, comenta a viagem do presidente (oficialmente enquanto não houver eleições ainda o é) Eduardo dos Santos a Portugal com análises de personalidades de vários sectores políticos e académicos portugueses e, pelo menos, de um angolano, este vosso escriba.
Sob o título “ANGOLA-PORTUGAL: ¿Asociación estratégica o festín neocolonial?” o jornalista estampa opiniões de Francisco Louçã, dirigente do Bloco de Esquerda, partido que optou por não marcar presença no Parlamento português por causa dos Direitos Humanos e por não poder dizer o que queria no estrado do hemiciclo – por vezes a presença crítica muda, principalmente quando é transmitida para o País do visado, tem meia impacto mediático que a crítica falada e a não presença –, do dirigente socialista e antigo presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, da jornalista e activista dos Direitos Humanos, Maria Antónia Palla, do economista, colunista e director da Rádio renascença, Francisco Sarsfield Cabral, e, finalmente de moi-même.
De Francisco Louça, entre outras considerações, cito as que me parecem ser mais fortes: “Portugal tem relações diplomáticas e económicas com Angola e deve receber e conversar com os seus representantes, mas o festim neocolonial que foi esta visita é revelador das características da política e da economia portuguesa” […] “onde se falou de tudo menos dos angolanos”.
Relativamente a João Soares, Queiroz cita um artigo de opinião que o antigo autarca escreveu este mês no matutino Público onde Eduardo dos Santos é criticado por estar no poder há 30 anos sem que tenha sido eleito.
Já Maria Antónia Palla relembra que Angola apesar de ser rica em recursos naturais e em oportunidades económicas, apresenta profundas desigualdades e é um país assimétrico onde “a maioria da população vive em condições de miséria subhumana”.
Quanto a Sarsfield Cabral retiro duas citações que me parecem importantes e que devem ser bem ponderadas: “Angola está longe de ser uma democracia e ainda menos (de ser) um regime livre de corrupção […] pelo que as empresas portuguesas estarão sujeitas a estar dependentes de eventuais medidas arbitrárias do poder” e que as “relações entre Portugal e Angola são importantes mas há que ter cuidado”.
Relativamente aos meus comentários Mário Queiroz não deixou escapar entre outras considerações que na altura lhe transmiti, algo que também já aqui deixei explícito, “apesar de estarmos nos antípodas da política, da concepção de sistema político, ou do que é democracia, Eduardo dos Santos deve ser respeitado pela sua contribuição para a consolidação da Paz”.
O artigo pode ser lido na íntegra e na versão original (espanhola) aqui.
Sob o título “ANGOLA-PORTUGAL: ¿Asociación estratégica o festín neocolonial?” o jornalista estampa opiniões de Francisco Louçã, dirigente do Bloco de Esquerda, partido que optou por não marcar presença no Parlamento português por causa dos Direitos Humanos e por não poder dizer o que queria no estrado do hemiciclo – por vezes a presença crítica muda, principalmente quando é transmitida para o País do visado, tem meia impacto mediático que a crítica falada e a não presença –, do dirigente socialista e antigo presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, da jornalista e activista dos Direitos Humanos, Maria Antónia Palla, do economista, colunista e director da Rádio renascença, Francisco Sarsfield Cabral, e, finalmente de moi-même.
De Francisco Louça, entre outras considerações, cito as que me parecem ser mais fortes: “Portugal tem relações diplomáticas e económicas com Angola e deve receber e conversar com os seus representantes, mas o festim neocolonial que foi esta visita é revelador das características da política e da economia portuguesa” […] “onde se falou de tudo menos dos angolanos”.
Relativamente a João Soares, Queiroz cita um artigo de opinião que o antigo autarca escreveu este mês no matutino Público onde Eduardo dos Santos é criticado por estar no poder há 30 anos sem que tenha sido eleito.
Já Maria Antónia Palla relembra que Angola apesar de ser rica em recursos naturais e em oportunidades económicas, apresenta profundas desigualdades e é um país assimétrico onde “a maioria da população vive em condições de miséria subhumana”.
Quanto a Sarsfield Cabral retiro duas citações que me parecem importantes e que devem ser bem ponderadas: “Angola está longe de ser uma democracia e ainda menos (de ser) um regime livre de corrupção […] pelo que as empresas portuguesas estarão sujeitas a estar dependentes de eventuais medidas arbitrárias do poder” e que as “relações entre Portugal e Angola são importantes mas há que ter cuidado”.
Relativamente aos meus comentários Mário Queiroz não deixou escapar entre outras considerações que na altura lhe transmiti, algo que também já aqui deixei explícito, “apesar de estarmos nos antípodas da política, da concepção de sistema político, ou do que é democracia, Eduardo dos Santos deve ser respeitado pela sua contribuição para a consolidação da Paz”.
O artigo pode ser lido na íntegra e na versão original (espanhola) aqui.
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