12 julho 2005

São Tomé 30 anos de quê?

São Tomé e Príncipe comemora hoje 30 anos de independência com 50% população são-tomense a viver abaixo do limiar da pobreza, com menos de um dólar por dia, como alerta o Notícias Lusófonas num interessante artigo sobre uma data que podia ser grandiosa, ou não estivesse STP no limiar da super-riqueza, só que sempre adiada: o petróleo.
Este problema é, igualmente, ressalvado por Orlando Castro, na rubrica
Alto Hama, quando, pertinentemente, deixa esta questão: “Que adiantará ter uma democracia quando se tem a barriga vazia? Valerá a pena pedir, ou exigir, aos militares de São Tomé e Príncipe ou da Guiné-Bissau que respeitem a legitimidade democrática se o que eles querem é que o povo não morra à fome?

No artigo, sob o título “
Com a barriga vazia à espera do petróleo” está incluída uma crónica minha de que descrevo uma parte, podendo ler o resto no referido artigo:

NA POBREZA E NA DESVENTURA POLÍTICA E ECONÓMICA

Mais um Estado lusófono que comemora os 30 anos da independência. E uma vez mais na pobreza e na desventura política e económica. São Tomé e Príncipe, um micro-estado, o único que referendou a independência, tem capacidades económicas espantosas, devido não só ao seu maravilhoso e fértil solo mas, sobretudo, ao seu riquíssimo mar, quer na vertente piscícola quer, especialmente, petrolífera.

3 comentários:

Anónimo disse...

Excelente crónica. Com referência na devida vénia. Abraço. João Tunes

xatoo disse...

Nenhum pobre pode hoje ter a veleidade de ser independente sem que se torne num sem-abrigo - são conhecidas as intenções dos EUA instalarem em S.Tomé uma base militar, para o que já declararam a zona do Golfo da Guiné rica em petróleo, como de (seu) "interesse vital" e decidiram "estabelecer aí um sub- comando regional semelhante ao US Forces Korea; esse sub-comando regional deveria considerar o estabelecimento duma base regional, possivelmente nas ilhas de São Tomé e Príncipe".
Depois, (se, os paises abrangidos se portarem bem) virão as migalhas que trazem alguma melhoria económica. Concluindo: sair da miséria é perder a independência - e "lucrar" um rendimento mínimo com essa perda, só é possivel não pondo em risco a tradicional abastança de rendimento máximo dos exploradores.

Anónimo disse...

é muito bom ver que ainda existem pessoas (como voces) com um espirito critico, e parece-me com vontade de ver mudanças significativas nestas nossas sociedades africanas que teimam em permanecer na miseria e subdesenvolvimento. Mas eu gostaria de saber se por acaso têm vocês alguma ideia ou acção mais concreta para mudar o actual quadro social dramatico dos nossos paises? acho que todos sabemos as causas dos nossos males e ja se criticou muito as governações (ou a governação) mas como jovem vejo que tudo tem ficado so nas criticas com muito poucas acções de pressão. Acho que nòs os africanos "pedimos" aos nossos governos ao invés de "exigirmos" deles, é nessa ordem de ideas que os governates africanos conseguem permaner o tempo que quizerem no poder.
gostaria que voces jovens fomentadores destes foros de ideias passassem a difundir mais ideas pacificas e inteligentes de como e o que estamos a fazer para mudar a situação.
brevemente seremos os angolanos a comemorar os 30 anos de independencia, acho que o balaço pode começar a ser feito desde ja. peço desculpas se estou desinformado e se assim o for me esclareçam mas a nossa geração està passiva demais no seu tempo. é preciso que entremos nesse jogo democratico como verdadeiros actores nao como meros espectadores olhando o nosso futuro sendo comprometido cada dias que passa.