A sessão ordinária do Conselho Executivo da União Africana, que vai decorrer em Sirte, Líbia nos dias 4 e 5 de Julho, só terá 7, em 53, (sim, sete, escrevi bem) países com as suas quotas em dia (África do Sul, Angola, Argélia, Botswana, Comores, Etiópia e Senegal).
Das restantes, - até a impulsionadora da UA, a Líbia, está em dívida – há outros 7 países (Guiné-Bissau, Libéria, R.Centro-Africana, R.D.Congo, São Tomé e P., Seychelles e Somália,) que poderão ser 9 (mais Eritreia e Níger) que estão como banidos. Ou seja, há mais de 2 anos que não pagam as quota-parte para as contribuições orçamentais.
Há duas Nações que são, uma pela positiva – Comores – e outra, pela negativa – Seychelles – as duas maiores surpresas.
Comores, com os problemas que teve com as tentativas de secessão da ilha de Anjouan e que por esse facto esteve sob um longo período de sanções, surge como um dos principais pilares políticos da UA; a Seychelles, uma das mais ricas Nações africanas, com um PIB/per capita de USD 7900,00, parece não acreditar na organização supranacional.
Já Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, os dois países mais pobres da afro-lusofonia, já se entende o seu atraso contributivo.
Mas já não se compreendem os cíclicos atrasos da Nigéria nem da Líbia; e Cabo Verde e Moçambique, que já deteve a presidência da UA?
Será que a UA começa a dar mostras da realidade africana?
Isto é; a pobreza (algo congénito) e um forte despesismo (tapar buracos em tudo o que é crise político-militar) são incompatíveis.
Senão como se entende este semi-divórcio entre a organização e 46 Estados africanos e a dívida total ascenda a 88 milhões USD em contribuições não liquidadas.
Ou será que alguns desejam afirmar-se política e militarmente fora da organização. Lembrava-me, só por mero acaso, da Nigéria – sempre pronta a mandar militares para as forças de interposição e manutenção de paz, mesmo que em nome da UA.
Interessante.
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