É raro falar do povo-irmão de Timor Lorosae.
Talvez porque raramente me lembre deles ou, talvez, porque Timor tem conseguido manter um “low profile” a que, por certo, não será alheio o bom-senso do seu presidente e dos seus governantes.
Mas parece que, também estes se esquecem que a manutenção de uma atitude não deve ser temporária mas contínua.
Vem isto a propósito de uma notícia que circula na Austrália e que tem por figura central o primeiro-ministro Mário Alkatiri.
Segundo um jornal australiano, «The Australian», o líder timorense decidiu modernizar as forças de segurança com meios que parecem ultrapassar as necessidades timorenses.
Entre esses meios estão helis, tanques e espingardas de assalto, normalmente utilizadas por forças especiais.
O mais grave não está na compra – até porque Timor é riquíssimo em petróleo, embora ainda seja os australianos e indonésios a o explorarem – mas na comissão que vai ser dada a um irmão de Alkatiri que ficou com o monopólio da venda de armas a Timor.
Como diz a História, à mulher de César não lhe basta parecer séria…
Ora de boatos já o Governo não se salva. Até porque a oposição afirma – e o Ministro do Interior, Rogério Lobato, quase o reconhece – que o executivo tem fugido em responder a esta questão com a desculpa de que o mesmo encerra segurança de Estado.
Será que o grande vizinho do Sul irá ver com bons olhos um “petrolífero” bem armado nas suas costas?
Já não lhe bastará uma Indonésia?
E de onde prevê que possam vir as eventuais insurreições armadas, justificativas nas palavras de Lobato, para o rearmamento das forças de segurança. Será que os alertas australianos sobre a presença de terroristas em Timor são verdadeiras?
Tantas interrogações que seriam dispensáveis.
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