O Leste do Congo Democrático nunca esteve sossegado. Foi dali que partiu a queda de Mobutu e do primeiro consulado de Joseph Kabila e que originou nas eleições legislativas de…
Ciclicamente, e aqui talvez até se justifiquem algumas das críticas dos ruandeses quando afirmam que Kinshasa não liga à minoria tutsi (os Banyamulengue), a zona do Kivu Norte e a cidade de Goma entram em profundas convulsões com a já habitual e proverbial inoperância das forças de Paz da ONU em conter os distúrbios que se vêm acentuando.
Ainda recentemente houve ataques dos rebeldes tutsis do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), liderados pelo general Laurent Nkunda, a poucos quilómetros de Goma, capital da província do Kivu Norte, levando à “saída estratégica” – fora dos meios diplomáticos e segundo as vozes correntes, traduz-se por… fuga – do Governador da província. Os militares da ONU afastaram-se estrategicamente da zona do aeroporto e colocaram-se nas margens do Lago Kivu (outra retirada estratégica).
Estes ataques estão a provocar um autêntico caos na região, ao ponto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (UNHCR/ACNUR) já não saber como lidar com os milhares de refugiados (segundo as últimas estatísticas já cifram em 45000 os refugiados), com a população apedrejar veículos blindados dos capacetes de paz da ONU (MONUC) e contra a sede provincial desta organização que não consegue que os seus 17 mil homens – a maior força de Paz das NU – contenham os ataques dos rebeldes e com as Forças armadas da República Democrática do Congo (FARDC) a retirarem-se para Minova, uma região entre Goma e Bukavu (Kivu Sul) onde irão ter o apoio dos helicópteros da Guarda Republicana (a guarda presidencial) no combate aos rebeldes.
Nesta altura Kigali (Ruanda) e Luanda tornaram-se nas principais plataformas para a resolução da crise. Kigali porque apoia, como sempre o fez os rebeldes tutsis contra Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), grupo rebelde que integra antigos soldados e milicianos hutus, refugiados no Congo desde o genocídio de 1994, e Luanda por ser a cidade que melhor tem compreendido Kabila e de onde, segundo certas fontes, em tempos, saíram militares para apoiar Kabila, nomeadamente, contra as tropas de Jean-Pierre Bemba.
Enquanto a situação no Leste se deteriora, em Kinshasa, Kabila Jr. empossa o novo Governo que será “chefiado” – como no seu vizinho do sul – por um Primeiro-ministro, Adolphe Muzito, e que contará com 40 ministro, 3 dos quais, serão vice-primeiros-ministros (sendo que o número dois do Governo e primeiro vice-primeiro-ministro é François Joseph Nzanga Mobutu, filho do antigo ditador Mobutu Sese Seko, e presidente da União dos Democratas Mobutistas (UDEMO) e 7 vice-ministros.
Um Governo que manterá tudo no caos em que está ou um Governo para equilibrar o poder e acordar o Congo Democrático, algo que, por certo, os seus principais vizinhos não verão com bons olhos?
Ciclicamente, e aqui talvez até se justifiquem algumas das críticas dos ruandeses quando afirmam que Kinshasa não liga à minoria tutsi (os Banyamulengue), a zona do Kivu Norte e a cidade de Goma entram em profundas convulsões com a já habitual e proverbial inoperância das forças de Paz da ONU em conter os distúrbios que se vêm acentuando.
Ainda recentemente houve ataques dos rebeldes tutsis do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), liderados pelo general Laurent Nkunda, a poucos quilómetros de Goma, capital da província do Kivu Norte, levando à “saída estratégica” – fora dos meios diplomáticos e segundo as vozes correntes, traduz-se por… fuga – do Governador da província. Os militares da ONU afastaram-se estrategicamente da zona do aeroporto e colocaram-se nas margens do Lago Kivu (outra retirada estratégica).
Estes ataques estão a provocar um autêntico caos na região, ao ponto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (UNHCR/ACNUR) já não saber como lidar com os milhares de refugiados (segundo as últimas estatísticas já cifram em 45000 os refugiados), com a população apedrejar veículos blindados dos capacetes de paz da ONU (MONUC) e contra a sede provincial desta organização que não consegue que os seus 17 mil homens – a maior força de Paz das NU – contenham os ataques dos rebeldes e com as Forças armadas da República Democrática do Congo (FARDC) a retirarem-se para Minova, uma região entre Goma e Bukavu (Kivu Sul) onde irão ter o apoio dos helicópteros da Guarda Republicana (a guarda presidencial) no combate aos rebeldes.
Nesta altura Kigali (Ruanda) e Luanda tornaram-se nas principais plataformas para a resolução da crise. Kigali porque apoia, como sempre o fez os rebeldes tutsis contra Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), grupo rebelde que integra antigos soldados e milicianos hutus, refugiados no Congo desde o genocídio de 1994, e Luanda por ser a cidade que melhor tem compreendido Kabila e de onde, segundo certas fontes, em tempos, saíram militares para apoiar Kabila, nomeadamente, contra as tropas de Jean-Pierre Bemba.
Enquanto a situação no Leste se deteriora, em Kinshasa, Kabila Jr. empossa o novo Governo que será “chefiado” – como no seu vizinho do sul – por um Primeiro-ministro, Adolphe Muzito, e que contará com 40 ministro, 3 dos quais, serão vice-primeiros-ministros (sendo que o número dois do Governo e primeiro vice-primeiro-ministro é François Joseph Nzanga Mobutu, filho do antigo ditador Mobutu Sese Seko, e presidente da União dos Democratas Mobutistas (UDEMO) e 7 vice-ministros.
Um Governo que manterá tudo no caos em que está ou um Governo para equilibrar o poder e acordar o Congo Democrático, algo que, por certo, os seus principais vizinhos não verão com bons olhos?
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