11 fevereiro 2008

Muitas dúvidas e poucas certezas...

Timor-leste acordou hoje sob o espectro de um eventual atentado – leia-se Golpe de Estado(?!) – contra as principais figuras do Estado timorense. E segundo quase todas as fontes externas, o responsável principal por este acto tresloucado e cobarde teria sido o renegado e fugitivo antigo líder da Polícia Militar, o major Alfredo Reinado.
Não se contesta nem se duvida dos atentados que o presidente Ramos-Horta e o primeiro-ministro “Xanana” Gusmão foram alvos. Nem tão pouco se duvida que o presidente tenha sido atingido durante o atentado. Tal como não se duvida que o major Reinado possa ter sido recolhido morto – não dizemos que tenha sido morto – no local do atentado ao presidente. E não afirmado que tenha sido morto porque há muitas contradições neste duplo atentado.
Por um lado, enquanto o presidente foi alvo de um atentado à sua residência quando estava fora dela (de acordo com Xanana o presidente Ramos-Horta estava a fazer os seus exercícios físicos fora da residência), tendo decidido voltar para esta em vez de se pôr a salvo, o que parece querer demonstrar uma falta gritante de conhecimento dos problemas sociais do país, o que não queremos crer, mas que não previa algum tipo de ataque à sua pessoa, o chefe de Governo, “Xanana” Gusmão era alvo de uma emboscada quando regressava a Dili, levado a efeito por um segundo líder, o tenente Salsinha.
E todo este imbróglio, segundo fontes externas, teve como responsável o renegado e foragido major Reinado!
Ora, é aqui que começam as contradições.
Sabe-se que tanto Ramos-Horta como Xanana “protegiam” o major Reinado de eventuais tentativas de detenção que a polícia das Nações Unidas e um juiz do Tribunal timorense tentaram levar a efeito.
Por outro lado sabia-se que nem os australianos, nem as forças internacionais da ISF faziam alguma coisa para deter o renegado e foragido antigo líder da Polícia Militar porque nem Ramos-Horta e, também, nem Xanana o permitiam. Realce-se que ainda há poucos dias Reinado numa “entrevista” acusava Xanana de ser o principal responsável pela situação e ameaçava-o de, caso fosse detido e julgado, “levar” Xanana com ele e solicitava à ONU que demitisse o Governo de Xanana e entregasse o poder a Ramos-Horta. E Xanana chegou a afirmar que Reinado não era “ uma ameaça real à estabilidade de Timor-Leste”.
Logo se o major Reinado queria que o poder fosse para Ramos-Horta, e como relembrou hoje Mari Alkatiri, começava a haver um consenso de estabilidade no país, como se justifica o atentado e sob as ordens de Reinado.(…)” (continuar a ler aqui ou aqui)
Publicado na Manchete de hoje do , sob o título “Golpe de Estado? -São mais as dúvidas e menos as certezas

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