21 maio 2018

O meu novo livro: África Colonial no Centenário da Guerra de 1914-1918


«África Colonial no Centenário da Guerra 1914-1918:
Angola e Moçambique, os casos em análise»
edição: Novas Edições Acadêmicas

Sobre o meu livro as palavras de Orlando Castro que o  prefaciou: 

«Eugénio Costa Almeida acaba de publicar o livro “África Colonial no Centenário da Guerra 1914-1918”, especialmente vocacionado para a análise da participação de Angola e Moçambique neste conflito. É uma obra de leitura obrigatória, não só pelo exímio conhecimento deste autor angolano como pela necessidade pedagógica de explicar aos mais novos o papel dos africanos no contexto mundial.» (in: Folha 8)

e da secção de Cultura do mesmo órgão nacional de Comunicação Social: «ÁFRICA COLONIAL NOS 100 ANOS DA GUERRA 1914-1918» (in: Folha 8)

O livro está à venda em livrarias online, nomeadamente na MoreBooks e na Amazon (esta só começa a entregar a partir de 23 de Maio, mas já recebe encomendas)

Recordo que continua à venda na Amazon, outro livro meu «Of the An Instrumentality Power to the Mahjong Theory»

3 Artigos no Vivências Pres News


3 (três) artigos publicados no Vivências Press News, na minha coluna "Malambas da Vida", entre os dias 4 e 18 de Maio:

4 de Maio:  Maio, o mês de Africa; ainda será?
«Entrámos no que se convencionou chamar do mês de África, tudo, porque, como se sabe, a 25 de Maio celebra-se o Dia de África, o dia em que Chefes de Estado e de Governos de 32 países africanos, em Adis-Abeba, Etiópia, fundaram a sua primeira organização multinacional, a Organização de Unidade Africana. É, também, e […]»

11 de Maio: E Manuel Vicente de viagem para Luanda?
«Não vou entrar pelo habitual “once upon a time” dos contos porque está por detrás disto é mais que um conto u uma fábula, é já uma enorme telenovela jurídica de difíceis e cada vez mais incompreensíveis contornos. Aqui o que interessa no enredo em causa, denominado Processo ou Operação (fica à escolha do leitor […]»

18 de Maio: Falta de bom senso ou alteração do sentido da diplomacia?

O estratega militar prussiano (alemão) Carl von Clausewitz (1780-1831), na sua obra “Da Guerra” (Vom Kriege, no original) afirmava que a “guerra é a continuação da política por outros meios” no que era contestado por Henry Kissinger que afirmava “que a guerra é a negação da diplomacia”, na linha do que Hans J. Morgenthau (1904-1980) […]»


Para ler, basta clicar nos títulos.

03 maio 2018

Análise para a RFI - Que moldes para o congresso do MPLA?

Análise proferida para a RFI sobre a convocatória do Congresso extraordinário do MPLA com vista à saída da presidência de José Eduardo dos Santos e a confirmação de João Lourenço como principal - e único, até ver - candidato a substituí-lo:  (ouvir clicando na imagem

«Desde o passado fim-de-semana está oficialmente lançado o processo de preparação para a transição no seio do MPLA, partido no poder em Angola. Ao ser anunciado para Setembro um congresso extraordinário para designar o sucessor de José Eduardo dos Santos na chefia desta formação, foi também validada a candidatura única do Presidente da República, João Lourenço, para a chefia do MPLA, o figurino que tem estado sempre patente e que, do ponto de vista de certas correntes de opinião, evita os incómodos inerentes à bicefalia no poder.

Questionado sobre a necessidade de se mudar os estatutos do MPLA no intuito de evitar esta bicefalia, Eugénio Costa Almeida, investigador angolano ligado ao Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, considera que não é preciso mudar as regras do jogo, é preciso -sim- que prevaleça o bom senso.»


Os direitos humanos na CPLP vistos pelos EUA - artigo


O recente relatório do Departamento de Estado dos EUA, de 2018, sobre a situação dos Direitos Humano em 2’16-2017, na CPLP, em geral, e nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), em particular, é, uma vez mais, pode dizer-se, cáustico; de notar que, não por razões políticas, mas por uma questão de, na altura, ainda estar no início dos seus pequenos passos na CPLP, a Guiné-Equatorial não foi aqui abordada.
Segundo este relatório nenhum país – ainda que a interpretação de alguns, assim não vejam – está livre de críticas.
·         Portugal, por exemplo, vê a sua imagem – e não creio que seja a primeira vez – manchada por causa das suas prisões, em particular, do excesso de detidos, de violência e de alguma eventual excessiva violência policial. O “eventual” prende-se com as denúncias de algumas ONGs e de detidos que, em alguns casos parecem terem sido, posteriormente, considerados menos correctos. Todavia, não deixa de ser interessante que, segundo este relatório, em 2016, o IGAI – Inspeção-Geral da Administração Interna tenha recebido “730 queixas de abusos por membros das forças policias e guardas prisionais” ou que jovens, apear de terem uma cadeia só para eles, sejam, muitas vezes colocados em prisões de com adultos. Fica a imagem.
·         No Brasil, o relatório alerta para o uma situação semelhante à da portuguesa, quanto à actuação e uso excessivo da força pelas forças de segurança: “(…) excessivo da força e execuções ilegais pelas polícias estaduais, condições carcerárias precárias e às vezes ameaçadoras à vida em algumas prisões e corrupção estiveram entre os abusos mais significativos contra os direitos humanos”; e onde incluem, também, “espancamentos, abusos e tortura de presos pela polícia e pelas forças de segurança dos presídios”, excesso de prisão preventiva; “censura judicial da mídia”; violência, discriminação e fráfico sexual contra mulheres e meninas e contra crianças; “conflitos sociais entre comunidades indígenas e proprietários de terra levando ocasionalmente à violência; discriminação contra índios e minorias”; “exploração do trabalho, inclusive trabalho forçado e trabalho infantil na economia informal e em partes da economia formal e aplicação inadequada das leis trabalhistas”, etc; É certo que o relatório admite que os governos brasileiros têm tentado regularizar estas situações mas, como termina, “o processo judicial ineficiente atrasou a aplicação da justiça para violadores e também para sobreviventes”;
·         Em Macau a reacção ao relatório foi corrosiva. Para o governo da região especial de Macau o relatório que alerta para os autocondicionamentos ou autocensura que a comunicação social macaense pratica se deverão aos constrangimentos que o governo impõe dado que este é quem os subsidia e, naturalmente, os principais órgãos informativos teriam de estar ao lado do governo, o que estes verberam e citam – tal como outros congéneres nacionais da CPLP – as leis constitucionais; o relatório, ainda aborda as eventuais condicionantes impostas aos académicos (quer macaenses, quer, como terá acontecido  - ou assim “percebido” –, recentemente num simpósio sobre literatura de língua portuguesa, a escritores não macaeenses).
·         Já no que toca a Timor-Leste o relatório parece se apresentar como o mais moderado no que tange aos Países Lusófonos. Ainda assim, destaca, pela negativa – ou alerta para a necessidade de melhorias – nas habituais áreas porque também que penam a maioria dos Estados-membros da CPLP: “prisão prolongada antes do julgamento, julgamentos atrasados e falta de processo devido (e as) condições das prisões e centros de detenção geralmente não satisfaziam padrões; Violência baseada no gênero; e abuso infantil incluindo abuso sexual”. Contudo, o relatório reconhece que da parte do Governo e das autoridades timorenses foram tomadas algumas medidas “para processar membros e funcionários da serviços de segurança que usaram força excessiva, mas as percepções do público sobre a impunidade persistiram de acordo com ONGs focadas no sector de segurança”; outra das situações que o relatório aborda é, em questão de segurança, a ténue linha que separa a Polícia timorense, da Polícia Científica e das Forças Armadas, porque a “lei não esclarece totalmente a autoridade específica da polícia nacional (PNTL), a Polícia Científica para Investigações Criminais, mandatada judicialmente, ou as forças armadas (F-FDTL). Especialistas do sector de segurança também disseram que as funções operacionais e a relação entre a PNTL e a F-FDTL não eram clara”:
Sobre os PALOP, a maioria das críticas, tai como em Portugal e Brasil, prendem-se com as condições prisionais e o excesso de uso de força das autoridades de segurança, bem como corrupção e impunidade de várias autoridades.
·         Angola é, talvez, juntamente com Moçambique, um dos países mais visados. O relatório aponta, também, para a existência de crianças envolvidas em trabalhos de rua, incluindo vendas de água e alimentos, lavagem de carros e mendigagem, considerando que as tornam vulneráveis ao tráfico”, para a tortura, espancamentos, limites às liberdades de reunião, associação, expressão e imprensa, para relatos de “práticas corruptas (e) com impunidade” sem que hajam quaisquer tipo de “penalizações criminais por corrupção para funcionários do Estado”, bem como “falta de responsabilização (e) condenações efetivas, em tribunal, para casos de violações sexuais e outras formas de violência contra mulheres e crianças”, ou principalmente “funcionários do Governo usaram as suas posições políticas para beneficiar com negócios”. Ora, este último caso é uma. Uma matéria que o Governo do Presidente João Lourenço terá de ponderar e alterar para melhorar a imagem externa, principalmente, quando gora está a bater à porta do FMI e para quem estes factos são ponderados negativamente;
·         Em Cabo Verde, ainda que o relatório, genericamente, reafirme que existe uma imprensa livre no País e além do facto que é genérico a todos – alguma violência policial –, não deixa de apontar que persistem algumas irregularidades no que tange ao “tratamento abusivo e desumano nas cadeias, corrupção, tráfico de pessoas e falhas na protecção de crianças e de trabalhadores migrantes”, bem como, algo que Angola também é visada na questão das crianças de rua e nos trabalhos que elas praticam para sobreviver; (...) Continuar a ler nos portais seguintes:
Publicado no África 21 Digital, em 25 de Abril de 2018: https://africa21digital.com/2018/04/25/os-direitos-humanos-na-cplp-vistos-pelos-eua/# (e Portugal Digital: https://portugaldigital.com.br/os-direitos-humanos-na-cplp-vistos-pelos-eua/) na minha rubrica e«Notas Soltas»

Dois fusos, duas esperanças - artigo


Esta é uma semana que termina com dois itens político-militares onde utopia da ficção poderá se sobrepor à realidade dos factos.

Em Luanda, na passada terça-feira, na Cimeira da Dupla Troika de Concertação, Defesa e Segurança da SADC, e, também, com a presença do presidente Joseph Kabila, do Congo Democrático (RDC), do vice-primeiro ministro da Tanzânia e do primeiro-ministro do Lesoto o Presidente João Lourenço pensa – e disse-o – que, parece, agora haveria motivos para acreditar que a situação na RDC está no bom caminha para um desfecho político e de segurança satisfatório no que tange a uma normalização que levará à efectiva marcação das eleições presidenciais para Dezembro.

Ainda assim, o presidente rotativo da OPDS (Órgão de Política de Defesa e Segurança) da SADC, considerou haver preocupações com a situação de conflito reinante naquele país que tem ceifado vidas inocentes, pelo que, considera haver necessidade de ser feito um apelo aos “intervenientes directos no processo de regularização do conflito na RDC que façam prova de sabedoria, patriotismo e de máxima contenção nos momentos críticos”, até porque, como João Lourenço recordou ainda persistem alguns “grupos rebeldes, com destaque para a Aliança das Forças Democráticas (AFDL), continuam a ceifar vidas de pacíficos cidadãos, entre elas mulheres e crianças, inviabilizando o desenvolvimento económico e social do país”.

A esperança, ainda que utópica, é um eterno apanágio dos nossos governantes…

Mas não foi só a RDC que teve o condão de colocar João Lourenço no utópico galarim da esperança. Também a situação no Lesoto, segundo o Presidente, caminha para uma completa normalização, ainda que, o Governo do Lesoto tenha sido incentivado a “implementar, com urgência, as recomendações da Comissão de Fiscalização Alargada” e os “partidos políticos e partes interessantes” exortados a asseverar uma real “seriedade necessária ao diálogo nacional e aos processos de reforma, para permitir encontrar soluções duradouras para os desafios políticos e no domínio da segurança do Lesoto”.

Se na África Austral a esperança é “leitmotiv” para a esperança de bons resultados e harmonização na estabilização política e social, na Ásia a noite trouxe no bico do pássaro celestial uma melodia de esperança para a Paz na região e no Mundo: a reunião entre os líderes coreanos do Norte, Kim Jong-un, e do Sul, Moon Jae-in, em Panmunjom, na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias.
A esperança começou no longo aperto de mãos entre os dois líderes sob a laje que separa as duas Coreias, e o discreto convite de Kim a Moon, aceite, para que este pisasse território norte-coreano enquanto fotógrafos os chapavam. (...) continuar a ler aqui.

Publicado em 27 de Abril de 2018, no VivênciasPress News, na minha rubrica «Malambas da vida»

35 anos das Relações Angola-China - Macao Magazine



Estou aqui citado, num artigo de Paulo Guilherme, do África Monitor, entre as páginas 76 e 80 da revista Macao Magazine, de Março de 2018