Uma comemoração ensombrada pelo atraso de todos os valores emergentes na sua concepção, em Syrtre, e da sua constituição, em Durban.
Se um dos atrasos é de saudar, a peregrina e néscia ideia da constituição dos Estados Unidos de África, prevista por Kadhafi, em 1999, mas para os Estados ao sul do Saara, e tentada o seu relançamento na recente Cimeira de Accra, agora tentando agrupar todos os Estados africanos, sob a decrépita liderança – porque é isto que ele quer e sempre desejou – de Kadhafi, já não se entende que vectores importantes para o continente continuem estagnados ou, ainda, nem mesmo embrionários.
Uma pequena ressalva para relembrar que a estulta ideia dos Estados Unidos de África não apareceu somente em 1999. Já entre os anos 1910 e 1920 um jamaicano naturalizado norte-americano, Marcus Garvey, através de uma revista por si criada African Times and Orient Review, sedeada em Londres, tinha proposto que os negros norte-americanos voltassem a África e constituíssem os Estados Unidos de África segundo um lema “África para os Africanos Negros” assente num dogmatismo religioso de “Cristo era negro” e reforçado numa organização por si criada, a Associação Universal para o Progresso dos Negros (UNIA) que se constituiu como o embrião da República Universal Negra, um “Estado” sem território porque ainda estava fora de África.(...)" [continuar a ler aqui]
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