Segundo um tweet do Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, o antigo presidente, Robert Mugabe, faleceu hoje,
aos 95 anos (Kutama, 21 de Fevereiro de 1924 – Singapura,
6 de Setembro de 2019), num hospital de Singapura. Segundo esse tweet, Mnangagwa afirma
que “Mugabe era um ícone da
libertação, um pan-africanista que dedicou a sua vida à emancipação e
empoderamento do seu povo. A sua contribuição para a história da nossa nação e
continente nunca será esquecida. Que a sua alma descanse em paz eterna”.
Sobre este assunto acabei de dar uma entrevista/análise à RFI - Radio France
Internationale
Morreu um homem que começou por ser um Libertador e um dos Pais de
Zimbabwe -Joshua Nkomo, da ZAPU, e, de certa
forma e à sua maneira, o bispo Abel Muzorewa, foram os pais do fim do regime de
apartheid que vigorava desde a auto-proclamação da independência da Rodésia – e
acabou como um senil déspota e ditador que levou o País à miséria e ao
descalabro.
Reconheça-se que Mugabe foi um impulsionador das lutas
de libertação na África Austral, nomeadamente, no apoio que deu ao ANC, da África
do Sul; País que hoje vive um difícil período de crises sociais e políticas com
ataques xenófobos a imigrantes, nomeadamente, nigerianos e moçambicanos, mas
que, também, e em situações similares às actuais e pelas mesmas razões, chegou
a atacar pessoas e interesses zimbabweanos e moçambicanos. A História é sempre
rapidamente esquecida, quando os interesses pessoais são postos em causa…
De qualquer forma as minhas condolências ao Povo Zimbabweano
pela morte do seu antigo estadista!