As lutas intestinas na oposição angolana continuam na senda do dia.
Depois das disputas internas na UNITA que levaram à expulsão de quatro membros, entre eles, Jorge Valentim, e a suspensão de Eugénio Ngolo “Manuvakola” aliadas à tentativa não concretizada de substituição dos deputados suplentes (também é natural; quando se aufere 1.500,00 dólares (USD) de vencimento base, acrescidos de 2.500,00 USD de subsídio de renda, mais 3.000,00 USD para despesas com pessoal de casa, um carro só para si e outro para uso familiar, além de despesas de representação – 5.000,00 USD, internamente, e 12.000,00 USD para o estrangeiro – quem é que quer sair de moto próprio?)
Mas, não foi a UNITA a primeira a mostrar as debilidades internas. Essa primazia coube à FNLA que acabaria na conciliação entre Holden Roberto, o histórico presidente, e o eternizado candidato ao cargo, Lucas Ngonda, em 30 de Abril de 2004.
E quando tudo parecia mais ou menos encaminhado para a passagem progressiva de um para o outro começam novamente as acusações mútuas de “traições” e vemos um Comité (que raio, mais outro que ainda não assumiu a partidarização plena e continua a adoptar expressões revolucionárias) Central a demitir Holden Roberto e colocar uma troïka interina nos comandos da FNLA até ao Congresso de Maio.
Só que, entretanto, um dos eventuais membros da troika, Ngola Kabango, já veio a público denunciar a ilegal reunião e deposição do histórico líder. Segundo este vice-presidente, e apesar de terem estado presentes a maioria dos membros da Comissão, os estatutos da FNLA escrevem que “o Bureau Político [mais outra expressão estranha ao normal mundo partidário], o Comité Central e o Congresso apenas podem ser convocados pelo presidente do partido”, o que, segundo consta, não terá acontecido.
Eles, realmente, não se entendem.
E ainda há aquele partido que nunca mais consegue fazer substituir o seu deputado e líder morto.
E depois pedimos eleições urgentes.
Só se for para referendar as políticas governativas do MPLA.
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