09 julho 2006

Uma nova política externa portuguesa para África?

No âmbito de um fórum organizado pelo Diário Económico “III Fórum África” o novo inquilino do Palácio das Necessidades (isto não lembra outra coisa?), Luís Amado, terá afirmado que Portugal tem de mudar as suas linhas externas, nomeadamente em África, que diz ter de ser mais ambiciosa, porque ter-se-á concentrado, em demasia, nos PALOP (qualquer coisa como Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).
Mudar porque quer ser mais ambiciosa…
Para quê? Para obter mais petróleo da Líbia? Mais gás natural da Argélia? Mais redes móveis em Marrocos? Distribuir mais militares por outros países africanos, ao abrigo da ONU/UE, como no Congo Democrático? Colocar-se em bicos de pés na União Africana como tem sido apanágio da política externa portuguesa, que se considera sempre pequenina face aos “tubarões” seus parceiros?
A mudar alguma coisa, só se for passar de Língua Oficial Portuguesa para outra coisa qualquer.
É sabido que Portugal já há muito que não tem tido uma relação muito privilegiada com os países africanos da CPLP (o que é isto?) salvo quando algum Chefe de Estado ou de Governo quer fazer uma visita de cortesia levando cerca de 1/3 do PIB para amostra.
Só para amostra, porque depois quando entidades e organizações os contactam sobre as suas perspectivas de apoio aos mesmos levam com resposta igual a “Nada!”.
Ou seja, com Luís Amado, parece voltar a velha política externa portuguesa da esquerda envergonhada pelo fantasma do “neo-colonialismo”. Até quando?

1 comentário:

mch disse...

Acho que tem razão bastante; agora o assunto é de convicções; a CPLP precisa de 2 coisas : um ou dois projectos de excelência e um PArlamento da Lusofonia.