Só hoje soube que um dos maiores historiadores de África, Joseph Ki-Zerbo, faleceu no início de Dezembro.
Ao contrário de outras entidades similares a Francofonia relembrou a vida e obra deste historiador e político burquinabe através de uma mensagem enviada ao presidente do burkina Faso, Blaise Campaoré o qual parece se ter esquecido do nefasto evento a fazer fé nas notícias que provém daquele país africano.
Com a sua morte África perde um dos maiores acervos da moderna historiografia do Continente.
Muitos de nós, principalmente os que têm África como tema de estudo e análise, trazíamos os dois volumes da História da África Negra (salvo erro editada em Portugal, pela ed. Europa-América) e o seu importante contributo para a L`Histoire générale de l`Afrique noire (História Geral de África, editada sob patrocínio da UNESCO), como duas das principais, senão mesmo as principais, fontes da História Africana.
Só se lamenta que outras entidades e meios de Comunicação não o tenham feito saber.
2 comentários:
Depois de Adu Bohaen vem Ki-Zerbo. Africa sempre a perder. Pior do que isso é que, ao invés de emergirem outros proeminientes, que possam substituir ou aliviar os espacos vagos deixados por estes, emergem por todos lados Historiadores oficiais, políticos autênticos que, mesmo sem vocacão para tal, insistem em usar da História para defender os regimes instalados.
Estamos a ficar cada vez mais pobres dos nossos intelectuais e esse espaco é cada vez mais preenchido por "africanistas", estudiosos estrangeiros que veem em missões de pesquisa em áfrica!
Estou preocupado.
Sem dúvida Joseph Ki-Zerbo será sempre o maior Historiador Africano entre os maiores pelos tempos mais próximos, ladeado por Nazi Boni(Histoire de l'Afrique Résistante),Sékéné Mody, Djibril Dione e John Fage.
Pena que os académicos lusófonos em África e em Portugal(relutantes ?!) não utilizem História da África Negra como livro oficial de estudo pela simples razão da tradução não ser "oficial" por não ter sido feita por nenhum académico das universidades públicas portuguesas daí essa edição da Europa - América ser considerada soit disante "apócrifa"...penso eu de que...como dizia o outro...
Um dos aspectos da dita "rejeição" a seu livro nas universidades lusas talvez seja da profundidade da sua investigação da África pré-colonial antes da invasão dos árabes e europeus...revelando que a História e uma Civilização florescente de África já existia no norte , este e oeste, central e austral (zimbabué), muito antes das invasões e do holocausto da escravatura (fossem os africanos judeus e a lembrança e o lobby seria outro para a memória)...
Sem dúvida in Memoriam a Joseph Ki-Zerbo fica bem neste blog do muana angolê Lobitino...
João Craveirinha (muana moussampiki)
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