("Os abutres de Bissau" foto © Fernando Casimiro “Didinho”)
O presidente da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, Francisco Benante, pediu a João Bernardo “Nino” Vieira que dissolva o Parlamento e convoque eleições antecipadas a fim de devolver a verdade democrática aos bissau-guineenses.
Segundo Benante, esta seria a forma de Nino” Vieira devolver um "rumo" ao país, confrontado com "problemas em todos os sectores" – parece que o única que neste momento está a trabalhar bem é o das pescas como comprova a detenção de dois barcos coreanos que pescavam ilegalmente nas águas territoriais –, nomeadamente, aqueles que a associação cívica Fórum de Convergência para o Desenvolvimento (FCD), espaço politico próximo do presidente anda a criar.
Relembrar que a FCD agrupa deputados do Partido da Renovação Social (PRS) do antigo presidente Kumba Yalá, Partido Unido Social Democrata (PUSD) criado por Francisco Fadul, entretanto retirado da política, e "dissidentes" do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o mais votado nas últimas legislativas, e ameaça constituir um grupo parlamentar que lhe daria oportunidade para presidir os trabalhos no Parlamento.
O FCD considera Benante uma fonte de desestabilização parlamentar. Tudo porque o presidente do Parlamento, com o apoio do PAIGC, recusa a substituição de seis parlamentares por outros afectos ao FCD e que, segundo aquele, teriam o beneplácito de “Nino” Vieira.
Uma polémica que parece ir durar salvo se “Nino” Vieira assumir a responsabilidade política de devolver a legalidade e legitimidade democrática ao País com a convocação de eleições legislativas antecipadas.
Este pedido de Benante pecará por tardio mas mais vale tarde que a acomodação política; pior, de certeza que o País não ficará até porque, de uma maneira geral, os políticos e analistas bissau-guineenses acusam “Nino” Vieira de recusar o diálogo entre as instituições, situação que se comprova no difícil e deficiente desenvolvimento do país.
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