(foto daqui)
Esta foi, pelo menos, a indicação do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) iraquiano que não só confirmou a sentença do Alto Tribunal Penal que o “julgou e condenou” como deu 30 (trinta) dias para consumar a sentença, ou seja, ser enforcado.
Absurdo!!
Não defendo as atitudes de um ditado facínora nem do seu regime, mas todos têm direito a um julgamento justo e equilibrado e isso, segundo a Amnistia Internacional, os advogados do réu – a maioria estrangeiros, logo mais independentes, – e algumas organizações jurídicas acusaram o julgamento de ser tudo menos justo e equitativo.
Mas também o que se pode esperar quando:
- o STJ, sabendo que ainda existem vários processos para serem julgados decide a consumação da condenação num prazo de 30 dias “esquecendo” os outros inúmeros processos pendentes sobre Saddam Hussein;
- o primeiro-ministro iraquiano, por acaso e só por acaso xiita tal como os que levaram á condenação à morte do ditador, quer fazer cumprir a sentença até ao final do ano, esquecendo que ainda estão mais processos para serem julgados e que os muçulmanos vão entrar num dos períodos mais paradigmáticos do islamismo: o Eid El Adha, ou a festa do sacrifício;
- o xerife de Texas, reconhecido como presidente dos EUA, George W. Bush, aplaude a sentença do STJ, interferindo inequivocamente na justiça de um país estrangeiro, esperando que a mesma seja cumprida de imediato; esqueceu-se que estão mais processos jurídicos pendentes sobre o ditador.
Será que todos têm medo que Saddam decida, de uma vez, falar em Tribunal e diga tudo aquilo que alguns temem que ele fale?
Um sunita, por mais ditador e facínora que tenha sido, não conseguiria dominar a larga maioria xiita e combater um país xiita, como o Irão, se entre os xiitas não houvessem também colaboradores próximos de Saddam, logo algozes como ele.
E será isso o que muitos temem e, como eles, aqueles que, externamente, o apoiaram!!! Que ele, enfim, fale!
Entretanto, e enquanto isso, já morreram 2974 militares dos EUA – um número já superior ao das vítimas do 11 de Setembro – e ficaram feridos 22.401 soldados; isto só dos EUA. E dos outros? Será que a queda de Saddam, porque foi disto que se tratou e nada mais, justificou estas mortes e de milhares iraquianos e a quase completa “shatterização” do Iraque?
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ADENDA. Nem de propósito. O antigo chefe da diplomacia e, mais tarde, vice-primeiro-ministro, de Saddam, senhor Tarek Aziz, por acaso um cristão, quer testemunhar antes da execução do ditador, porque segundo ele terá informações importantes sobre a chacina dos curdos e que, por certo, irão «provocar um grande embaraço junto de muita gente no interior e no exterior». Será que os seus carcereiros - Aziz entregou-se aos norte-americanos em 2003 - e o Alto tribunal Penal deixarão que ele preste este testemunho?
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