As alterações ocorridas em Janeiro passado pelo ministro da comunicação social, Manuel Rabelais, deixavam uma esperança no ar. Que a comunicação social estatizada – leia-se, órgãos oficiais de um partido político – deixavam de estar ao serviço de uns quantos para estar ao serviço do povo angolano.
Uma aspiração legítima que se saudou e que o próprio Ministro fez questão de deixar no ar essa legítima intenção!
Mas parece que os novos directores e chefes de redacção dos referidos órgãos não estiveram intelectual e auditivamente presentes, porque fisicamente, sim, na tomada de posse e não ouviram as palavras do Ministro.
Só assim se explica que três dos principais – únicos – órgãos informativos estatais primam pela ausência de qualquer referência ao 15 de Março de 1961.
Se a data de 13 de Março de 1966 é, apesar da sua importância histórica, mais de cariz político, porque reflecte a criação de um partido, a UNITA e não a data que, oficialmente, começou a luta guerrilheira – essa foi na noite de Natal de 1966(?), em Luau (Teixeira de Sousa) –, e se o primeiro acto revolucionário ocorreu no 4 de Fevereiro de 1961, já o 15 de Março de 1961 marca o inicio oficial das lutas guerrilheiras pela Libertação Nacional.
Porque, independentemente de eventuais conotações políticas que lhas imputem, há quem não esqueça as datas mais importantes do país, e eu não esqueço, aqui fica a lembrança aos directores dos órgãos informativos caso, por acaso, façam o favor de ler estas linhas.
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