30 março 2007

A crise da Universidade Independente

Uma das Universidades privadas portuguesas, a Universidade Independente (UnI) está em profunda crise.
O Ministro do Ensino Superior ameaça fechá-la compulsivamente se a actual crise não for resolvida.
Mas o que leva uma universidade com inúmeros africanos como alunos a estar nesta situação.
Relembro que há cerca de um ano os accionistas principais da extensão angolana Universidade Independente de Angola, a Desenvolvimento ao Ensino Superior de Angola (DEA), liderada pelo reitor daquela Carlos Burity da Silva, tentaram, e quase estiveram a conseguir, comprar a maioria das acções da Cooperativa que a sustenta.
À última hora, quando tudo estava quase pronto para ser assinado e a UnI mudar de gestão, alguém, para o caso talvez seja desnecessário nomear até porque nunca houve certezas de quem realmente boicotou a transacção, evocando razões jurídicas e, provavelmente, políticas, terá impedido essa compra. Desta recusa decorre um processo em Portugal, contra alguns dos responsáveis da UnI, devido a uma possível burla de 4 milhões de Euros.
Será porque poderiam vir a descobrir coisas que, segundo parece, a Polícia Judiciária estará a descobrir como diplomas e certificados viciados ou falseados?
A quem interessa, de facto, esta situação que se desenvolve numa Universidade que parece ter licenciado o actual primeiro-ministro português e outros altos dirigentes da classe política portuguesa? (sobre este assunto, larga matéria pode ser lida no blogue “Do Portugal Profundo” que parece ter servido de ponto de partida para a investigação do matutino português Público). Quem, pelo menos, parece estar a ganhar com este imbróglio da Uni são as restantes, privadas e públicas que já disseram estar disponíveis para acolher os alunos caso aquela seja encerrada…
Mal vai uma educação quando um dos sectores mais importantes para a formação académica, económica e científica de um qualquer povo de uma qualquer Nação está nesta ebulição…
Quem ganha com isto?
Os alunos, as primeiras vítimas, os professores, as vítimas colaterais imediatas, e a credibilidade científica de um País não o são certamente!
Este artigo está publicado na manchete do , com o título "Princípio do fim?" inserido num trabalho da redacção deste portal de Notícias.

1 comentário:

Pekena disse...

Estava aqui a ler este teu comentário a pensar: "E se fosse eu que estivesse ali a estudar?!!"
De facto esta situação é verdadeiramente lamentável. Do meu ponto de vista, é vergonhoso que haja uma instituição ao nível do ensino com estas anomalias todas. Mas o pior disto tudo são os principais elementos que dela fazem parte: os alunos!! Será admissível que após terem feito as suas opções de vida, agora sejam obrigados a inserirem-se em outros locais que não serão os desejados às suas expectativas e o percurso da rotina diária? Pois nisto, o é que Governo não pensa...
O que vale é que neste país é sempre o Zé povinho é que paga!!