31 dezembro 2004
Bem vindo 2005
É normal nesta altura do ano fazermos um balanço das nossa actividades e das expectativas não concretizadas, esperando, sempre, que as mesmas se transfiram para o ano seguinte.
Para isso, quando chegamos ao último dia do ano, todos os artifícios servem. Desde vestir roupas de uma determinada cor, comer doze passas ao bater das doze badaladas, correr para os habituais lugares de cultos e ver o fogo de artifício agitando uma qualquer garrafa de espumante, cerveja, etc.
Também entre o meio politológico, não deixa de acontecer o mesmo.
Clamamos que o que aconteceu no corrente ano não se repita. Que as eleições no país X ou Y decorram sem problemas; que os resultados sejam rapidamente anunciados e que os vencedores – além do próprio povo – sejam inequívocos; que as crises militares e os eternos Coup d’ États sejam uma miragem longínqua e um facto do passado; que os povos vivam em livres, com todos os seus direitos garantidos, sem problemas económicos; que os políticos e as instituições acabem com a corrupção e com o compadrio.
Ou seja; que no dia 1 do ano seguinte, todos acordem em perfeita harmonia social.
Mas, entretanto, chega o dia 2 e deparamos com uma realidade inalterável.
Senão vejamos.
Em Darfur, um genocídio que faz com que as suas populações continuam a braços com uma crise humanitária enorme (temos de recuar aos tempos de Biafra para descobrir um caso igual em África); o Zimbabwe mantém-se numa crise política e económica; as eleições que se prospectivam no curto e médio prazo não nos garantem uma verdadeira estabilidade política e social ou militar (com os candidatos que se perfilam na Guiné-Bissau, as perspectivas são sombrias); o Sahel mantém-se instável, com o Mali a reforçar o seu poder militar, gastando cerca de 15% do seu fraco PNB em armas; a crise dos Grandes Lagos, apesar dos esforços conjuntos (ou desconexos) de Angola e África do Sul e da União Europeia.
Enfim, o calendário traz-nos de volta à realidade.
Mesmo assim, acredito nos Homens e na sua Boa Vontade.
É neste espírito que aproveito para desejar aos a todos os que viajam nestas páginas um Ano de 2005 muita Saúde, Fraternidade, Felicidade e Paz... e muito dinheiro para tudo isto.
Bom Ano de 2005.
Publicado no SA e podem lê-lo aqui
30 dezembro 2004
Índico, quatro dias depois...
No Índico Asiático, quatro dias depois do Sismo e do Maremoto...
30-12-2004; 17,58 horas TMG
................125.282 mortos
e
mais de 5.000.000 de deslocados.
Também no Índico africano se registaram 137 mortos no Quénia, Seychelles, Somália, Tanzânia e Madagáscar.
Não era altura do Mundo parar um pouco para pensar e lembrar-se de 1755 em Lisboa, e Marrocos e dos Maremotos que aconteceram na altura e que atingiram zonas marítimas tão distintas e longínquas como Holanda, Inglaterra, na Europa, ou Antígua, nas Caraíbas?
Que esperam os governantes Mundiais se, por exemplo, (exemplo citado hoje num jornal televisivo português) houver uma violente erupção vulcânica nas Canárias?
O efeito do Maremoto subsequente seria tão catastrófico que as zonas baixas portuguesa, espanhola e africanas poderiam se volatilizar. Nem a região norte-americana da Florida escaparia à catástrofe.
Alguém faz, ou fez, alguma coisa para, já não digo evitar porque é impossível, mas minorar o máximo possível?
A União Europeia lembrou-se agora que deveria criar balizas avisadoras na zona dos Açores e Cádis. Quando acabarem os estudos não será tarde demais??
125.282 mortos e cinco milhões de deslocados.
29 dezembro 2004
A Paz reside mesmo em Angola?
Ora, George Chicoty, vice-ministro das Relações Exteriores, desmentiu a organização afirmando que as acusações formuladas não têm fundamento porque segundo ele “... não existe guerra em Cabinda. Eles publicam coisas que as pessoas dizem numa base individual, mas são coisas que não são verificadas” nem “... espelha a realidade daquilo que se vive em Angola hoje, em termos globais, e muito menos em Cabinda”.
Para Chicoty “há dois anos que Angola vive uma paz total e uma harmonia quase total em todo país. As preocupações da nossa sociedade hoje vão no sentido de consolidar a paz. Não existem prisões arbitrárias e muito menos mortes por motivos políticos... Penso que as pessoas deveriam olhar por tudo quanto Angola alcançou nos últimos anos sozinha para consolidar a paz e para fazer com que os angolanos vivam cada vez melhor”.
Só que Chicoty parece ter esquecido as preocupações do ministro do Interior, Osvaldo Van-Dúnem, sobre os excessos de zelo praticados por alguns efectivos da Polícia Nacional que levaram aos acontecimentos de Capenda Camulemba; às denúncias feitas pelo Director dos Serviços de Segurança Externa que lembrou a existência de grupos terroristas a operar no país actuando sob cobertura de empresas ou grupos financeiros e cuja actividade final só será visível no "Dia D"; ou o ataque a uma na residência das Irmãs Diocesanas, na missão católica em Cabinda
Há que defender a imagem e integridade territorial de Angola.
Por razões que se prende com acessos, ontem não me foi possível conectar ao AngoNotícias, onde sempre que posso retiro algumas notas que servem de base aos meus apontamentos, até porque cita diferentes órgãos de informação angolanos.
Daí que hoje tenha tido a oportunidade de ler uma notícia que, pelo seu conteúdo não só complementa como reforça a minha opinião já acima referida.
O governador provincial de Cabinda, Aníbal Rocha, garantiu que a estabilidade política na província é um facto; no entanto reconhece “haver acções esporádicas de alguns rebeldes da FLEC mas sem nenhum "peso" que possa atrapalhar o actual quadro político.”
27 dezembro 2004
STP, prisão preventiva... só dois meses
Ou seja, a prisão preventiva não pode exceder mais de 2 meses.
Por esse facto, a Procuradoria santomense mandou libertar o ex-director do GGA, Diógenes Moniz, até ser deduzida culpa.
Será que em outros países, ditos desenvolvidos e defensores intransigentes das liberdades individuais também acontece o mesmo?...
26 dezembro 2004
Sismo e Maremoto no Índico
Perante a impotência que as imagens encerram só me resta apresentar a minha solidariedade e que este trágico acontecimento de hoje se tenha ficado por aqui e que as réplicas, infelizmente, previsíveis, sejam fracas e qualitativamente espaçadas.
Que a vossa força seja suficiente enorme para recuperar os vossos países.
Tenho a certeza que será.
Ainda as eleições de Moçambique
O simpático anónimo que, provavelmente, entrou via Blogger e como não deve estar inscrito neste sistema foi “anonimizado”. Senão, por certo, não se teria esquecido da identificação. Um lapso perfeitamente plausível.
Acredite que não tenho ressentimentos pela sua achega. Bem pelo contrário.
Na questão que põe no seu comentário, é que quanto às eleições angolanas, sabemos unicamente que irão acontecer durante o próximo ano, ou inícios de 2006.
Já é um princípio.
O problema quanto às eleições moçambicanas não está nem existência, ou não de fraudes – não estive lá para poder auferir dessa eventualidade – mas do facto de se ter registado situações anómalas como as detectadas tanto pela União Europeia como pela Fundação Carter; e o mais grave a elevada abstenção que as mesmas registaram.
Por outro lado, é também grave que quer a União Africana, quer a SADC, que para lá enviaram observadores não digam nada sobre o assunto; nem que seja se decorreram sem problemas ou que tenha havido situações anómalas. Pelo contrário ficam-se pelo vazio. Também é verdade que a última informação da U.A. se fica por 13 de Dezembro e que a SADC, embora mais recente (17 de Dezembro) abordou em 8 do corrente as eleições, com um relatório assinado a 3, onde depois de indicar quem, em seu nome, esteve presente e agradecer o convite da CNE remata: “The development of the Principles and Guidelines Governing Democratic Elections aims at, inter alia, ensuring acceptance of election results by all contesting parties. It is the expectation of the Mission that the final results will be acceptable to all participating parties.”
Ficamos, assim, sem saber se estes observadores estiveram no local das votações ou a gastar o erário público africano gozando dos celebrados prazeres que as praias de Moçambique oferecem.
E aqui sim, continuo a considerar que a democracia moçambicana sofreu uma derrota.
Porquê? A isso respondam os políticos moçambicanos. Será que não souberam, ou não quiseram, explicar aos potenciais votantes o que significaria essas eleições e o que estavam em jogo. Será que já contavam com o “ovo no cú da galinha”, isto é, consideravam o voto como plenamente adquirido?. Se assim foi, é mau.
E nisso Angola e a Guiné-Bissau, que será já em breve, deverão tirar as respectivas ilações.
No entanto, há algo que estes dois países devem plenamente copiar das eleições moçambicanas. O direito ao voto pela Diáspora.
Por isso meu caro correspondente, sem ressentimentos. Não falo das eleições angolanas, porque infelizmente, aguardamos esperançados que elas venham a ocorrer; por outro lado quando dentro do país, quem devia pugnar pelas mesmas questiona da oportunidade de se fazer uma hipotética e absurda 2ª volta das presidenciais, já anteriormente aqui abordadas e também no semanário África...
Santa paciência. Desculpe-me, mas vou vendo os outros quintais para que no meu não aconteçam situações iguais.
Sempre,
Eugénio Almeida
22 dezembro 2004
Nesta época natalícia...
....
Entretanto vou tirar 3 a 4 dias de férias para mim e para vocês que me fazem o favor de ler e aturar.
Cobarde atentado contra jornalista
A vida de um jornalista continua a valer menos que o capim que se pisa.
Tivémos o caso Carlos Cardoso, em Moçambique, cujo autor, Anibalzinho, parece já ter o bilhete pago do Canadá para um rápido retorno ao país de onde nunca deveria ter escapado e onde deverá cumprir a pena que lhe foi imposta.
Temos ao longo dos anos verificado os cobardes ataques aos jornalistas que não calam a sua opinião e não se vergam aos ditames de uns quaisquer ditadorzecos que pululam por aí.
Agora foi na Gâmbia onde o do jornalista Deyda Haydara, editor-chefe do jornal independente "The Point" e correspondente da RSF, foi assassinado à porta da casa de uns colegas a quem tinha dado boleia (e que ficaram feridos) devido ao seu empenho a favor da liberdade de imprensa e dos direitos democráticos no seu país.
Hoje centenas de pessoas participaram numa marcha em Banjul, para protestar contra o assassinato de Hydara. A marcha que decorreu pacificamente contou com o apoio de todos os órgãos de imprensa do país incluindo estatais.
Até que todo este caso seja clarificado, os jornais independentes mantém-se em greve de protesto pela falta de segurança dos jornalistas.
Entretanto, em 2004, já morreram mais de meia centena de jornalistas, o maior número dos últimos dez anos.
Será que compensa???
Os “bons exemplos” da Lusitânia
Esta repesquei do Panapress; e em quadra natalícia temos de reconhecer que é um doce!!!!
Os utentes das estradas nacionais do Congo-Brazza terão que pagar, a partir de 26 de Dezembro, um direito de portagem variável de acordo com a categoria do seu veículo, anuncia um comunicado publicado terça-feira pelo Ministério do Equipamento e das Obras Públicas.
Esta taxa, que será paga em cada passagem dum posto de portagem, está fixada em 500 francos CFA (1 euro = 656 FCFA) para os veículos de turismo e a mil FCFA para as viaturas com peso inferior a 3,5 toneladas, quer sejam de transporte de passageiros ou de mercadorias.
Os condutores de veículos cujo peso total é superior a 3,5 toneladas terão que pagar 2 mil FCFA e os de viaturas pesadas 3.500 FCFA.
Os rendimentos desta taxa serão revertidos 73 por cento ao fundo rodoviário, 12 por cento ao Tesouro Público, 10 por cento à colectividade local para fins de manutenção das vias e 5 por cento para o pagamento de subsídios do pessoal civil e militar em função nos postos de portagem.
Os eixos rodoviários abrangidos pela portagem são as estradas asfaltadas em bom estado, como os troços Brazzaville-Obouya e Ngo-Djambala (norte), Ponta Negra-Nzassi (próximo do enclave angolano de Cabinda) e Ponta Negra-Madingo-Nkayes (sul).
Se o que prometem tiver uma efectiva aplicação então estaremos junto de uma cópia reciclada e francamente melhorada.
21 dezembro 2004
Militares são o maior obstáculo à democracia
De acordo com um relatório do Secretário-geral da ONU e hoje divulgado, em parte, com a revolta de 6 de Outubro ficou a certeza e uma "percepção fortalecida" de que as forças armadas da Guiné Bissau são "o maior obstáculo à consolidação da paz e democracia" no país.
O relatório foi analisado e discutido à porta fechada pelos 15 membros do Conselho de Segurança que não divulgaram a que conclusões chegaram.
Todavia, no referido relatório, Annan propõe que o mandato da missão onusiana na Guiné-Bissau (UNOGBIS) que termina neste final do mês, seja prolongado mas com um mandato revisto tendo em consideração as diferentes tarefas que se avizinham e a necessidade de se fortalecer as vontades e capacidades das autoridades nacionais em defrontar esses desafios.
Fiquemos, pois, à espera de novos desenvolvimentos e das reacções castrenses.
Guebuza, o 3º presidente de Moçambique
A Frelimo e Armando Guebuza foram os grandes vencedores das eleições de 1 e 2 de Dezembro.
Segundo a CNE a Frelimo conquistou 160 assentos na Assembleia, enquanto a Renamo-UE não foi além dos 90 deputados. Uma Assembleia da República bi-partidária, onde os pequenos partidos como o Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD) não conseguiu atingir o mínimo de 5% de votos exigíveis para ter algum representante na Assembleia.
Por sua vez, nas presidenciais, Guebuza foi eleito por 64,74% dos eleitores que se dignaram a colocar o seu papelinho nas urnas; Dhlakama, da Renamo-UE, foi o grande derrotado obtendo unicamente 31,74% dos votos escrutinados. Por sua vez, Raul Domingos apoiado pelo PDD, ficou-se pelos 2%.
De qualquer das formas ainda não são resultados finais, dado o ConselhoConstitucional tará que validar os resultados anunciados pela CNE pelo que terá 40 dias para analisar o processo, bem como analisar eventuais irregularidades ou recursos.
No meio disto, uma certeza ressalta. Se alguém ganhou, não me parece que tenha sido Moçambique nem a democracia moçambicana, quando numas eleições se registam mais de 2/3 de abstenções (de 9 milhões só 3 votaram) e são necessários quase um mês para o escrutínio.
Faz-me lembrar a inocente pergunta que li na bazonga da kilumba.
ONG americana pede intervenção da ONU na RDCongo
Uma ONG norte-americana, International Crisis Group, pediu à ONU que intervenha na Rep. Dem. Do Congo a fim de evitar uma nova catástrofe militar que ameaça os Estados da região dos Grandes Lagos, já de si confrontados com uma crise que assola o leste daquele país da África Central.
Segundo aquela organização, já ocorreram duas guerras devido a uma incursões de tropas ugandesas no leste do Congo democrático que destruíram o país na última década, ao provocar 3,8 milhões de mortos.
Por esse facto, e porque a presença de elementos das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), estimadas em cerca de 8/10 mil para-militares, no norte e sul do Congo representam, na opinião do Ruanda um sério perigo para o país, ao contrário do que pensam as Nações Unidas, é muito provável que este período de aparente calma se transforme num terceiro grande desastre na região dos Grandes Lagos.
Por esse facto é que esta ONG pede aos principais actores da região que tomem medidas conducentes a um esbater da crise.
A primeira medida parece ter vindo do próprio Ruanda de renunciou invadir o território congolês. E da parte destes haverá uma abertura e um bom-senso para limitar as movimentações das FDLR?
20 dezembro 2004
Angola gestores públicos respondem pelos actos?!?!
De acordo com o AngoNotícias, o Governo angolano aprovou uma medida conducente à responsabilização pessoal dos actos e gestão praticados pelos gestores públicos sempre que aprovem despesas que não estejam previamente orçamentadas.
Segundo aquele órgão, Aguinaldo Jaime, Ministro-adjunto do Primeiro-Ministro afirmou que o "Conselho de Ministros apreciou hoje a problemática do endividamento e constatou que nem sempre o processo de endividamento público tem sido feito no respeito pelo que está estipulado na lei".
Ou seja, por este andar e até a lei entrar em vigor, vai ser fatar vilanagem e depois, provavelmente, deixará de haver candidatos a gestores públicos.
Pelo menos, pode ser que comecemos a ver uma melhor gestão da coisa pública e, porque não, um real desenvolvimento do país.
Darfur, UA não convence as partes
De acordo com a BBC para África, o governo sudanês ignorou um ultimato da União Africana no sentido de colocar um ponto final na ofensiva em curso na região ocidental sudanesa de Darfur e que diga-se também alimentada pelos rebeldes.
O anúncio foi feito pela UA o que coloca um ponto de interrogação sobre as conversações de paz que decorrem na capital nigeriana, Abuja, as quais visavam encontrar uma solução política para o conflito que já dura há vinte e um meses e onde já faleceram mais de 70 mil pessoas e provocou mais de meio milhão de deslocados.
Apesar de tanto as forças governamentais como os rebeldes afirmarem terem recebido instruções no sentido de observarem o cessar-fogo e de Mustafa Osman Ishmael, o responsável pelas relações exteriores sudanesas afirmar que as forças militares receberam ordens para não avançarem para novas áreas a não ser que sejam atacados, o correspondente da BBC, Jonah Fishe,r de regresso à capital referiu que os refugiados no campo de Kalma falam de ataques por parte de forças governamentais e milícias Janjaweed.
Simultaneamente, o porta-voz da da União Africana, Assane Ba, afirmou àquela emissora que as forças governamentais sudanesas ainda estão envolvidas em combates em redor de Labado, na região de Darfur.
Face a esta situação, estão agora previstas mais consultas com todos os participantes nas negociações de paz e altos responsáveis da União Africana vão agora discutir formas de desbloquear a situação e fazer avançar o processo.
Enquanto isso, o genocídio continua.
19 dezembro 2004
Nas eleições do Niger...
Apesar da elevada taxa de abstenção, cerca de 45%, o Tribunal Constitucional do Níger validou os resultados definitivos da segunda volta das eleições presidenciais de 4 de Dezembro que deram a vitória ao chefe de Estado cessante Mamadou Tandja, candidato do Movimento Nacional para a Sociedade de Desenvolvimento (MNSD), e que teve o apoio de quatro candidatos vencidos na primeira volta do escrutínio.
Tandja foi reeleito na segunda volta com 65,53 por cento dos votos contra 34,47 por cento do seu principal adversário, Mahamadou Issoufou, do Partido Nigerino para a Democracia e o Socialismo (PNDS).
A cerimónia de posse de Mamadou Tandja será realizada a 21 de Dezembro.
Entretanto, a Assembleia Nacional viu entrar no seu hemiciclo 13 deputadas eleitas tanto pelo partido da maioria presidencial como da oposição.
Num país onde 50% da população é feminina, as quotas garantidas para as eleições nacionais exigem 10% de mulheres em lugares elegíveis. Também aqui já chegaram as mal-fadadas quotas.
Ou seja, não votamos tendo em conta a qualidade dos eleitos(as) mas pela quantidade. Os maus vícios pegam-se.
Do mal o menos. Pelo menos as mulheres começam a ter uma voz mais activa na política africana.
18 dezembro 2004
Guiné-Bissau, o retorno da desgraça?
O semanário Expresso, em notícia de primeira página, de 17 de Dezembro, afirma que Koumba Yalá e “Nino” Vieira estão a preparar o seu retorno à vida política activa, beneficiando de uma amnistia que permitirá a ambos, entre outros, candidatarem-se às presidenciais de Maio de 2005.
Será que não há um qualquer procurador-geral que os mande, de vez, para uma férias definitivas, mesmo que douradas, como um lugar num hipotético Conselho de Estado?
Seria um “enchimento” dos seus egos e uma forma de os manter controlados. A eles e a outros como eles.
Por favor pensem no país e na estabilidade que ele bem precisa.
17 dezembro 2004
As preocupações do Ministro do Interior
O governante reportava-se concretamente aos últimos acontecimentos ocorridos no município de Capenda Camulemba, província da Lunda-Norte, em que um angolano e três cidadãos da RDCongo morreram asfixiados na cela de uma das cadeia da Polícia Nacional; (já anteriormente eferido aqui neste apontamento, só que na altura as fontes apontavam, no total, para cerca de uma dezena).
Igualmente fez menção a outro caso, registado à 09 de Dezembro corrente, na localidade de Catengue, província de Benguela, onde um agente da corporação, perseguindo uma viatura, supostamente em fuga, disparou atingindo mortalmente um dos passageiros.
É. Bem que pode clamar no deserto.
Se não procurarem dar uma cultura cívica e democratizante aquando da formação das forças policiais, estes problemas continuarão a ser notícia até deixarem de o ser por tão habituais.
Sejamos honestos e procuremos, primeiro que tudo, reformar, completamente e na medida do possível tão rápido quanto humanamente for viável, as autoridades policiais e prisionais.
Angola, o povo angolano e as próprias autoridades bem o merecem.
Sudão, para quando o fim do genocídio?
De visita hoje vi este apontamento "Stop Genocide in Sudan" que nos remete para umas belas como encorajedoras fotos no NewRome.
Apesar de desfazadas temporalmente, continuam actuais.
Vejam-nas e depois tirem as vossas ilações.
15 dezembro 2004
O Pululu no Jornal do Blogueiro
A equipa do Jornal do Blogueiro escolhe, semanalmente, alguns blogues de talento para os seus "Classificados". O meu e vosso blogue foi um deles esta semana, onde falam sobre ele.
A bloguista mariah1979 que também faz parte da equipa do Blogueiro foi quem os levou ao blogue.
Os meus agradecimentos (e já agora esperando que ela não veja este apontamento ide lá que é uma brisa no meio bloguista)
14 dezembro 2004
Angola, OGE 2005 aprovado
O Orçamento Geral do Estado para 2005 e o Programa Geral do Governo para 2005/06 foram aprovados na Assembleia Nacional só com os votos do MPLA.
A oposição, excepto o PLD que se absteve, votou, em bloco, contra.
Já agora uma pergunta; uma pequenina pergunta.
A UNITA não faz parte do GURN que vai tentar fazer aplicar os referidos OGE e PGG?
Se sim, porque votou contra?
Se não concorda, porque em vez de substituir Ministros, pura e simplesmente não os retira do Governo e passa claramente para a oposição.
Assim como assim parece que nada mandam no dito e Angola ganharia – pelo menos deixem-nos ser ingénuos e pensar assim – um forte partido oposicionista.
Algo que falta realmente ao País. Ou será que não?
Para ajudar, Isaías Samakuva vem afirmar que a UNITA pretende ser leal dentro do governo e que, embora actual programa do governo de Angola seja alheio ao Galo Negro, é do MPLA, “devemos cumpri-lo porque não queremos ser rebeldes no governo”.
Em qualquer dos casos há que registar que o OGE vem ao encontro das notícias que dão Angola como um dos países com maior crescimento nos próximos anos.
O OGE para 2005 embora prevendo uma inflação a rondar os 15%(?) aponta, por outro lado, para uma taxa de crescimento do PIB de 16,1%, sendo de 21,4% no sector do ouro negro e de 10,4% para o sector não petrolífero. O governo prevê, ainda, arrecadar 7,2 mil milhões USD em receitas fiscais, a maioria (cerca de 67%) do sector do petróleo.
O Futebol na luta conta a pobreza
Bonito espectáculo que os amigos de Zidane e de Ronaldo nos proporcionaram
Mais que um jogo de futebol que juntou CELEBRIDADES para obter fundos para a LUTA CONTRA A POBREZA no Mundo fica a intenção e a vontade de colaborar na redução de um males que prolifera em Continentes onde a pobreza e má-nutrição são, infelizmente, rainhas.
Bem hajam
12 dezembro 2004
As eleições em Moçambique
Acto 1. Se de início todos criticavam a pouca adesão, com evidentes efeitos na elevada abstenção, dos moçambicanos às eleições legislativas e presidenciais, também é verdade que não se registavam cenas que pudessem pôr em causa a legitimidade das mesmas;
Acto 2. Todavia é igualmente verdade que nos dois dias de votação houve algumas, não poucas, mesas de voto que nunca abriram; os números de não-votantes podem ascender aos 25 mil eleitores;
Acto 3. Os observadores da União Europeia e da CPLP embora reclamassem ter verificado situações menos claras durante a votação reconheceram que as mesmas poderiam ser consideradas legítimas;
Acto 4. Começam as contestações - diga-se em abono da verdade que elas vieram das duas partes em confronto;
Acto 5. A contagem de votos arrasta-se inexplicavelmente;
Acto 6. Começam a surgir os primeiros números, paradoxalmente através de órgãos de comunicação social e logo começam as grandes contestações por parte da oposição;
Acto 7. Os representantes da Frelimo contra-atacam e denunciam tentativas de manipulação da oposição com tentativas de adulteração de dados;
Acto 8. Entretanto, Dhlakama,um dos três candidatos à Presidência e líder da coligação Renamo-União Eleitoral (oposição) exige, a repetição das eleições presidenciais moçambicanas em todos os círculos onde as assembleias de voto não chegaram a ser abertas no primeiro dia dos dois dias de votação;
Acto 9. Posteriormente, Dhlakama, vem exigir a anulação das eleições gerais de 1 e 2 de Dezembro e a realização de um novo sufrágio dentro de seis meses, alegando fraude eleitoral;
Acto 10. Para ajudar outro candidato, o islamita Yá-qub Sibinde, do PIMO, propõe suspensão da contagem de votos, nova votação e manutenção de Chissano por mais 36 meses no poder até o sistema eleitoral moçambicano estar suficientemente credível;
Acto 11. Enquanto isto Guebuza e a Frelimo aguardam o mais que previsível anúncio da sua vitória que, face aos desenvolvimentos recentes, parecem inquestionáveis. Se legítimos ou não... é outra questão;
Acto 12. Bem vamos ver qual será o próximo passo...
Angola, as duas faces de uma mesma moeda: Crianças
Segundo o Apostolado, citando um relatório da UNICEF, Angola é o TERCEIRO PAÍS DO MUNDO EM MORTALIDADE INFANTIL (260 crianças em cada mil óbitos) sendo só ultrapassados por Níger (262) e Serra Leoa (284).
No restante mundo lusófono os números apresentados são, ainda assim, demasiado preocupantes; a Guiné-Bissau apresenta uma taxa de 204 óbitos, Moçambique 158, Timor Lorossae 124, São Tomé e Príncipe 118, Brasil e Cabo Verde 35 e Portugal 5 crianças por cada mil falecimentos.
De notar que os países com menor número de crianças mortas em cada mil óbitos (só 3) são Singapura e Suécia.
Todavia, Angola procura melhorar as condições de vida das suas crianças.
Assim, e ainda de acordo com aquele organismo das Nações Unidas, Angola apresenta-se como o país que REGISTOU O MAIOR CRESCIMENTO PER-CAPITA EM EDUCAÇÃO em 2004, resultado da campanha iniciado no ano passado “Voltar à Escola”.
Tudo isto é bonito mas... lembram-se de um dos meus últimos apontamentos.
Vamos então procurar contrariá-lo:
1. Então vamos começar por também dar um registo legal a todos os filhos do país, procurando obrigar ao registo dos bebés antes da sua saída das Maternidades e, ou hospitais;
2. obrigar ao registo imediato de todas as crianças que, nascidas nas suas casas e sanzalas, sejam apresentadas num qualquer posto sem identificação comprovada;
3. dar mais fundos para a educação sim, mas que ela não seja só “estudo” mas também incrementar refeitórios nas escolas para, pelo menos uma vez ao dia, estas nossas crianças tenham uma refeição digna desse nome.
Para isso, mais fundos devem ser tirados de Ministérios obsoletos ou inapropriados; e de certo haverão muitos nesta situação, não há???