(francofonia em África ©imagem daqui)
A partir da princesa do Índico, o caro amigo José Teixeira, do sempre interessante Ma-schamba (diria dos sempre legíveis Ma-schambas e a quem saúdo pela brilhante campanha do seu sporting) coloca nos comentários ao apontamento "Moçambique na Francofonia" estas duas questões:
1. "adesões pouco lúcidas" - quais, e porquê?
2. "facada na lusofonia" - porquê "facada", qual "facada".
Em primeiro lugar o meu pedido de desculpas por só agora poder responder – e espero que sim… – pelo facto de ter um aparelho, a minha extensão dedal, que já caminha para sete anos de intenso trabalho e anda-me a dizer, já sem qualquer pundonor que quer a sua reforma e, logica e rapidamente, a sua substituição.
1. Relativamente às adesões pouco lúcidas quero esclarecer que, relativamente a Moçambique, se a sua adesão às Comunidades Britânica e Islâmica, por muito questionáveis que possam ser, não deixam, todavia, de fazerem sentido – político, económico, social e estrategicamente falando – já a mesma adesão à Francofonia é incompreensível porque não só não tem países francófonos vizinhos – não penso que uma ilha no arquipélago mayotte (ou comorenho) seja suficiente para tal – nem relações económicas justificadas; quanto ao dois outros citados, Guiné-Equatorial e Maurícias, se no primeiro caso pode-se admitir como uma fuga à Francofonia e à Commonwealth aproveitando o facto de estar “ladeada” por dois Estados lusófonos, um dos quais uma potência emergente; já quanto às Maurícias não podemos considerar Moçambique como a potência que pode subalternizar o arquipélago, ao contrário da África do Sul, essa sim, a potência dominante na região e uma das duas dominantes da SADC.
Seria mais lógico a adesão de um Sri Lanka ou Malásia ou Índia dado ainda terem nos seus países povos lusofonizados e cujo o crioulo que falam tem por base o português.
Daí não ser surpresa que o Sri Lanka e a Índia vão participar, em Macau, entre 7 e 10 de Outubro, nos 1ºs Jogos da Lusofonia.
Pode ser que comece, aqui, a revitalização da Comunidade dos Países da Lusofonia.
2. Quanto ao segundo ponto, “a facada” prendia-se, realmente, com a incompreensão de ver Moçambique em querer ser membro-observador – o primeiro passo para a sua plena integração e, como se sabe, é sempre esse o desejo final dos governantes franceses; uma (re)afirmação da capacidade projectora de França – ou pelo facto de Timor-Lorosae estar a caminhar em passos muito largos –e quase inevitáveis – para a sua subordinação face a neo-potência colonial, a Austrália.
Tem sido ela que mais tem feito para que os timorenses se afastem da lusofonia, como se verificou com as reservas – embora nunca afirmadas e claramente detectáveis – que penderam sobre a escolha de Kofi Annam para seu representante em Dili: o lusófono e cabo-verdiano António Mascarenhas Monteiro.
Tal como também não se entende a cada vez maior aproximação Bissau-guineense à francofonia. Registe-se que os guineenses estão totalmente cercados por países – potências – francófonas que, na prática e de jure, condicionaram as eleições nacionais.
O próprio africanidades que o JPT, a certo espaço do seu blogue, chama a atenção, principalmente para o seu novo poiso, onde continua a sua inclemente batalha pela dignidade do povo africano, chegou a apresentar factos que demonstram essa “inclinação” (só o futebol português escapou a essa “colonização”) Questionável? Mas compreende-se com a política cultural portuguesa.
Penso com isso ter esclarecido as dúvidas do amigo José Pimentel Teixeira a quem desejo que mantenha o Ma-schamba sempre vivo e apelativo como
e rapida
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