Nada como uma questão nuclear e uma necessidade de manter a China dentro do comércio internacional para que uma questão com mais de 50 anos se mantenha perpetuamente esquecida nos segredos dos deuses e nos escuros corredores das diplomacias paralelas.
Falo, concretamente, do Tibete e da sua ocupação pela China popular.
Periodicamente, felizmente, o assunto vem a baila embora não seja pelas melhores ocorrências.
Segundo parece, no final do mês passado, um grupo de tibetanos terá sido atacado por forças chineses estacionadas no Tibete. De acordo com os dirigentes chineses os militares terão respondido, através da legítima defesa, a um ataque tibetano.
Primeiro, admitindo que isto é verdade, é um reconhecimento explícito da China que a questão tibetana não está calma e que há elementos contrários à sua presença no Tibete pelo que os tibetanos procuram a sua libertação nacional;
Segundo, os chineses não conseguem controlar os maoistas do Nepal porque só estes, ou desertores chineses, poderiam fornecer armas que levassem os tibetanos atacar os guardas vermelhos.
Ora, acontece que a realidade parece bem diferente.
Segundo uma notícia do matutino português Correio da Manhã, terão sido os guardas fronteiriços que dispararam indiscriminadamente sobre peregrinos e refugiados tibetanos que tentavam passar para o Nepal e deste para a Índia a fim de se encontrarem com o Dalai Lama.
E isto estará devidamente tele-documentado por um operador de câmara que acompanhava um grupo de alpinistas europeus.
O que irão fazer os paladinos da liberdade, nomeadamente os eurocratas e os norte-americanos? Até quando continuarão com o Tibete em agenda esquecida?
1 comentário:
Li seu artigo, andei pelo seu blogue e gostei. Você me parece honesto. Todaviaa, discordod e sua posição neste artigo específico. O Tibete é parte inalienável da China; mais fácil seria questionar os direitos angolanos sobre Cabinda.
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