"Há 10 anos Bissau acordava a ferro e fogo com os militares da Engenharia e da Brigada Mecanizada, a porem a nu a incompetência governativa dos líderes nacionais.
Tudo tinha começado na véspera com a detenção do brigadeiro e ex-Chefe e de Estado Maior-General das Forças Armadas, brigadeiro Ansumane Mané sob acusação de fraude e tráfico de armas para separatistas de Casamanse.
Esta acusação seria, mais tarde, devolvida ao Governo de João "Nino" Vieira quando Ansumane Mané assumiu a liderança de uma auto-designada Junta Militar para a Consolidação da Democracia, Paz e Justiça, através de uma declaração ao país, lida na Rádio Nacional.
Nessa declaração Ansumane Mané declarava querer derrubar o presidente Nino Vieira e o actual Governo, ao mesmo tempo que exigia, num breve prazo, a efectivação de eleições legislativas procurando, desta forma, reimplantar “uma verdadeira democracia” e entregar “de verdade o poder aos civis e ao povo”.
Nessa altura, países vizinhos decidiram intervir na contenda e apoiar de forma clara e inequívoca, os senegaleses, discreta mas incisiva, os guineenses de Konacri, com o apoio quase declarado dos gendarmes franceses, o presidente “Nino” Vieira levando milhares de civis a fugirem do País.
De facto, os militares, após destronarem e remeterem "Nino" Vieira para o exterior tudo procuraram fazer para devolver o poder aos civis.
Houve eleições. O habitual partido estacionado no poder foi derrotado e a população Bissau-guineense esperou, em vão, infelizmente, que os destinos do Pais entrassem, de vez, no bom caminho do desenvolvimento, da prosperidade e, acima de tudo, da Paz.
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