Numa reportagem da jornalista Alexandra Marques, que hoje o matutino português Jornal de Notícias estampa, a antiga primeira-dama de Moçambique e da África do Sul, Graça Machel (uma senhora que nunca, nem depois de segundas núpcias se sentiu, segundo palavras suas, segunda Dama), afirmou a dado passo, numa Conferência realizada em Lisboa, que "Portugal não tem uma estratégia de cooperação".
Algo que outros, em Portugal, no Brasil e em África já têm afirmado e reafirmado.
Recordo, por exemplo, entre alguns artigos e apontamentos escritos aqui, uma entrevista, dada ao Notícias Lusófonas, há cerca de dois anos, em Abril de 2006 por quando da visita de José Sócrates a Angola, ou artigos de Jorge Eurico e Orlando Castro, naquele mesmo órgão lusófono de informação, ou em artigos e editoriais do insuspeito Jornal de Angola, ou de órgãos de Comunicação Social angolana independente – são poucos, mas, felizmente, ainda os há –, santomense, cabo-verdiana ou moçambicana e brasileira.
Mas Graça Machel foi mais longe na sua premonição. Segundo ela, Portugal também não tem "uma estratégia muito clara na cooperação científica e de investigação" e se não se precaver e não souber aproveitar o que de bom pode oferecer, nomeadamente, no apoio universitário e na investigação "vai ser ultrapassado pelos espanhóis" – uma situação que a presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, reforçou dizendo que não estava a brincar quando profere estas palavras.
Graça Machel reafirma algo que também eu já o disse anteriormente. Portugal descolonizou mas mantém resquícios quanto às relações que mantém com os antigos povos colonizados e que são consequência de uma descolonização deficientemente pensada e executada. Relaciona-se mal, ou não sabe como se deve relacionar com as antigas colónias, nomeadamente, quando no poder português estão Governos de esquerda. O medo do neocolonialismo é um dos factos mais sintomáticos da deficiente cooperação que existe entre aqueles Governos e os das suas antigas colónias. Leva-os àquilo que Graça Machel chama de estarem a seguir "o modelo antigo" de cooperação, assente nas trocas comerciais”.
Pode ser que depois destas palavras da nova doutorada “Honoris Causa” pela Universidade de Évora, alguém comece a compreender que as relações não se fiquem só pelos prédios, pelos enormes torres e urbanizações que empreiteiros portugueses constroem em Luanda, mas cimentar a cooperação a diversos níveis entre as Universidades portuguesas e das suas ex-colónias e também, como reafirmou Graça Machel, com os restantes países africanos. A conferencista relembrou que África tem 53 países e que todos eles desejam cooperar nos diferentes ramos e níveis do saber e do social.
Algo que outros, em Portugal, no Brasil e em África já têm afirmado e reafirmado.
Recordo, por exemplo, entre alguns artigos e apontamentos escritos aqui, uma entrevista, dada ao Notícias Lusófonas, há cerca de dois anos, em Abril de 2006 por quando da visita de José Sócrates a Angola, ou artigos de Jorge Eurico e Orlando Castro, naquele mesmo órgão lusófono de informação, ou em artigos e editoriais do insuspeito Jornal de Angola, ou de órgãos de Comunicação Social angolana independente – são poucos, mas, felizmente, ainda os há –, santomense, cabo-verdiana ou moçambicana e brasileira.
Mas Graça Machel foi mais longe na sua premonição. Segundo ela, Portugal também não tem "uma estratégia muito clara na cooperação científica e de investigação" e se não se precaver e não souber aproveitar o que de bom pode oferecer, nomeadamente, no apoio universitário e na investigação "vai ser ultrapassado pelos espanhóis" – uma situação que a presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, reforçou dizendo que não estava a brincar quando profere estas palavras.
Graça Machel reafirma algo que também eu já o disse anteriormente. Portugal descolonizou mas mantém resquícios quanto às relações que mantém com os antigos povos colonizados e que são consequência de uma descolonização deficientemente pensada e executada. Relaciona-se mal, ou não sabe como se deve relacionar com as antigas colónias, nomeadamente, quando no poder português estão Governos de esquerda. O medo do neocolonialismo é um dos factos mais sintomáticos da deficiente cooperação que existe entre aqueles Governos e os das suas antigas colónias. Leva-os àquilo que Graça Machel chama de estarem a seguir "o modelo antigo" de cooperação, assente nas trocas comerciais”.
Pode ser que depois destas palavras da nova doutorada “Honoris Causa” pela Universidade de Évora, alguém comece a compreender que as relações não se fiquem só pelos prédios, pelos enormes torres e urbanizações que empreiteiros portugueses constroem em Luanda, mas cimentar a cooperação a diversos níveis entre as Universidades portuguesas e das suas ex-colónias e também, como reafirmou Graça Machel, com os restantes países africanos. A conferencista relembrou que África tem 53 países e que todos eles desejam cooperar nos diferentes ramos e níveis do saber e do social.
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