13 abril 2005

Amostra de vírus de gripe circula livremente


Com a devida vénia reproduzo uma notícia da Globo Online que, pela sua gravidade merece este destaque:

O Brasil está na lista de países que receberam amostras de um vírus letal de gripe, enviadas por um laboratório dos Estados Unidos como parte de testes anuais rotineiros.
A Organização Mundial de Saúde considerou o envio um erro e pediu que todos os laboratórios destruam as amostras.
As amostras do vírus H2N2 foram enviadas por uma instituição de pesquisa americana, o College of American Pathologists, em Outubro de 2004 e Fevereiro de 2005.
No mês passado, um laboratório do Canadá alertou que o vírus era semelhante ao que causou a pandemia de 1957-58, que matou um a quatro milhões de pessoas.
Além de EUA e Canadá, 16 países e regiões receberam amostras do H2N2.
Veja a lista completa:
Bermudas; Bélgica; Brasil; Canadá; Chile; Estados Unidos; França; Alemanha; Hong Kong; Israel; Itália; Japão; Líbano; México; Coreia do Sul; Arábia Saudita; Singapura; Taiwan


Mas como é que “pacotes” com vírus, ainda por cima tão letais como quer o laboratório canadiano afirma, quer como a preocupação da OMS demonstra, circulam tão livremente ao ponto da OMS ter de solicitar a sua destruição imediata.

Desta vez África parece ter livre desta inconsciência profissional… será que ficou??? E de outras vezes terá sido “bafejada” com tais pacotes mesmo sabendo da insalubridade pública com que, a grande maioria dos países africanos, apresenta e claras deficientes condições de armazenamento laboratorial?

Depois desta não já não me admira ouvir disparates como… “foram os americanos que puseram o SIDA em África para destruir os africanos”; e, infelizmente, esta já ouvi mais de uma vez.

2 comentários:

Sacha disse...

"Mas como é que “pacotes” com vírus, ainda por cima tão letais como quer o laboratório canadiano afirma, quer como a preocupação da OMS demonstra, circulam tão livremente ao ponto da OMS ter de solicitar a sua destruição imediata"

"Circulam " é uma maneira simpática de dizer que são enviados por um laboratorio biológico Americano (Meridian Bioscience Inc., de Newtown, Ohio) . Sim, o mesmo país que gastou 40 mil milhões de dólares gastos com "Segurança Interna" em 2004 e que irá gastar mais 50 mil milhões em 2005 não conseguiu impedir que um laboratorio seu enviasse a cepa H2N2 de vírus asiático e pudesse hoje estar a a infectando e possívelmente matar milhões de pessoas.

Afinal, acabou por ser um laboratorio do Canada que alertou a OMS, que então começou a notificar laboratórios nos 16 países que receberam carregamentos dos kits contendo a cepa da gripe mortal. A mesma OMS que tem sido habitualmente criticada — e teve o seu financiamento ameaçado — pela Casa Branca.

Anónimo disse...

EUA se mobilizam para corrigir trapalhada com vírus.
A manchete, acima, publicada no Último Segundo, seria cômica se o caso não fosse sério.
Os laboratórios de São Paulo que receberam “os pacotes por equívoco” afirmam que os mesmos foram destruídos na última terça-feira.
Preocupante é a situação do México e Líbano.
Em nota a imprensa as autoridades ligadas a saúde no México informaram que a remessa não chegou ao país.
Em Genebra o especialista Stohr declarou que as amostras do vírus que foram enviadas pelo CAP dos EUA a laboratórios do México e Líbano não chegaram ao destino e concluiu: Não sabemos onde se perderam essas caixas.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, o presidente G.W. Bush classificou a destruição do vírus “caso de alta prioridade”.
Agora só nos resta perguntar aonde foram parar as remessas “perdidas”.
Quem será a vítima de mais um equívoco dos EUA?
Essa, ao meu ver, é uma maneira de espalhar o terror.