O regresso de “Nino” Vieira a Bissau põe o PAIGC, e em bom português, de pantanas.
Se desde o início uma franja do eleitorado e de militantes do partido do Governo questionava Malam Bacai Sanha, conforme já o tinha referido no meu artigo no Jornal de Notícias de 28 de Março “De novo nas mãos dos militares” limitando-se a afirmar que ele não era o seu candidato, ora essa contestação ficou reforçada com a notícia do regresso do ex-presidente “Nino” Vieira ao país, o que aconteceu via república da Guiné-Konakri
Não esquecer que, juntamente com o Senegal, foi um dos países que mais o apoiou, mesmo militarmente, “Nino” na revolta de Junho de 1998, liderada por Ansumane Mané.
Como refere o Notícias Lusófonas, citando a agência Lusa, as divergências começam a se acentuar, aparecendo, agora entre os militantes do PAIGC, os grandes obreiros do retorno de “Nino”. Cipriano Cassamá, líder parlamentar, Aristides Gomes, 1º vice-presidente, e Hélder Proença.
No regresso a Bissau, “Nino” afirmou que regressava para “para "recuperar" os seus direitos cívicos e para se recensear”, mas não adiantou nada aos jornalistas e quem presenciou a sua chegada se era, ou não, candidato às eleições de 19 de Junho.
Depois de Yalá, eis que chega um dos “duros” da política guineense.
Será que o país estará preparado para tais confrontos políticos – espera-se que sejam só estes.
É que as duas prioridades de “Nino”, nas palavras de Conduto de Pina, membro do PAIGC e antigo cunhado do ex-presidente, serão o recenseamento como eleitor, em Bissau, e um encontro (entretanto já realizado) com o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Tagmé Na Waie, um homem que, em tempos e como muito bem relembra Jorge Neto, do blogue Africanidades, afirmou à SIC que nunca perdoaria “Nino” porque havia sido torturado a mando deste.
Os próximos capítulos prometem.
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