Sob este título, o jornalista Orlando Castro, na rubrica Alto Hama, no NL, faz uma interessante reflexão sobre a situação actual no 8º país da Lusofonia(?) - ler aqui.
(Desculpem o ponto de interrogação mas quando começamos a ver a Lusofonia ser claramente questionada como suporte da língua portuguesa até pelos responsáveis do Instituto Camões...).
Orlando Castro não só analisa e questiona o que se passa no país do jacaré (ou crocodilo, como quiserem chamar) como traz a lume trechos de uma entrevista dada por Xanana ao Jornal de Notícias, em Fevereiro de 1999, e que parecem ser promonitórias "“A independência não se consegue, ou não se constrói, com um simples içar da bandeira”... ".
Tudo isto tem a haver com a crise que rebentou entre os Bispos católicos e o Governo de Mário Alkatiri (interessante não esquecer que Alkatiri foi durante vários anos o representante da Fretilin em Maputo) por causa de tornar a disciplina de Relegião e Moral como facultativa.
Num Estado em que os diferentes sectores devem estar separados, esta proposta governamental até que é correcta. Mas, num país novo,que cimentou a sua independência na guerrilha "patrocinada" pelo catolicismo, há ideias que pelo timing não são de, imediato, execuíveis.
E esta é uma delas.
Ou, como escreve Orlando Castro, "Não é que deixem de ser verdades se ditas fora do tempo. Mas todo o cuidado é pouco. Neste caso, parece-me que o Governo e a Igreja falam quando deviam estar calados e estão calados quando deveriam falar."
Senhores bispos e governantes de Timor-Lorosae, deixem a populaça sossegada e cheguem a um consenso.
Há cerca de 30 anos, por motivos quse semelhantes, a Indonésia invadiu e ocupou; e hoje com a Austrália tão perto e a avisar que terroristas islâmicos estão acoitados no território timorense...
1 comentário:
Sobre a questão do "timing",sinto-me forçado a discordar de si.
Não é admissível que se aceite nos países desenvolvidos como um bom principio- para a saúde do Estado e até da democracia - a separação entre a Igreja e o Estado, mas que depois se faça vista grossa quando alguém num país mais atrasado resolve guerrear esse mesmo principio.
Em segundo lugar a igreja de Timor não é autónoma. Pelo que deveria ser a própria "voz tutelar"- entenda-se: próprio Vaticano – a querer, por seriedade, por defesa da sua imagem, separar águas, e e xercer alguma pedagogia.
O exemplo aliás é dado por Don Ximenes Belo, que tanto quanto sei lamentou o ocorrido.
E evidente que seja qual for a posição do Vaticano em relação a esta confusão, ela nunca sairá cá para fora. Mas não é bom prenuncio as coisas terem chegado a este ponto.
Apenas digo o seguinte: se eu fosse timorense quereria ter o direito de escolher que religião e que moral ensinar ao meu filho. Porque tanto quanto sei, trata-se tão somente disso: de tornar FACULTATIVA a disciplina de religião e moral.
Finalmente não percebi o quê que esta questão tem haver com as suspeitas australianas de existência de terroristas islâmicos em território timorense.
As habituais saudações.
Sacha.
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