Na semana que está a acabar uma notícia sobre o racismo no desporto voltou a criar parangonas nos órgãos de informação escrita, falada e televisiva.
Muito sinteticamente um jogador argentino terá insultado verbalmente um jogador brasileiro (as palavras não eram audíveis mas os actos não deixavam dúvidas que o argentino não estava a perguntar ao brasileiro pela saúde dos familiares).
Um blogue que muito prezo, “O Bazonga da Kilumba” sob o título “Aconteceu no Brasil” veio a terreiro também dar a sua opinião sobre o assunto fazendo um paralelismo entre a rapidez da justiça brasileira e a celebrada morosidade da portuguesa.
Hoje recebi um e-mail de uma amiga brasileira sobre o assunto que, pela sua oportunidade e certeira flechada merece que o mesmo seja aqui colocado.
Complemente-se, ainda, que esta semana também a Comunidade Europeia criticou o Estado português por haver poucos casos de origem rácica, como se cá não houvesse também a sua quota-parte de racismo ou não houvesse atentados rácicos.
Há-os como bem referiu um representante da justiça portuguesa a uma rádio nacional. Mas há também uma norma jurídica em Portugal que impede que seja tipificada a etnia do queixoso ou da vítima; uma forma de evitar atitudes racistas até por quem esteja a receber a queixa ou por quem a produza. É legítimo, é certo… pessoalmente aprovo esta medida. Não existem etnias ou raças, existem pessoas. Umas caucasianas, outras negróides, outras mongóis…
“Em recente entrevista, Dalmo Dallari, comentou sobre o racismo que são vítimas os jogadores negros que atuam na Europa.
O caso virou manchete no Brasil após o jogador argentino Desabato ofender em campo o jogador Grafite do São Paulo. Os meios de comunicação não divulgaram todas as palavras ofensivas que Desabato disse. Quem navega na net e tem assinatura de algum provedor teve acesso as ofensas. Além de chamá-lo de negro, Desabato disse-lhe para enfiar uma banana no rabo e chamou-o de macaco. Grafite deu queixa do jogador argentino. Muitos comentáristas e jornalistas brasileiros "acharam" exagero.
Todos sabemos que há uma rivalidade enorme entre brasileiros e argentinos, principalmente no futebol.
O Marcelo Tas que tem um blog no UOL também achou exagero e publicou nos seus comentários a pergunta: Por que o Grafite é chamado de Grafite?
A pergunta era uma provocação aos que responderam ao seu comentário anterior criticando-o.
Que existe racismo no Brasil não resta dúvidas. O racismo atinge aos negros e também aos nordestinos. Baiano no Brasil é sinônimo de gente indolente e preguiçosa.
Ao meu ver existe uma grande diferença entre os jogadores do São Paulo chamarem o colega de Grafite e o Desabato chamá-lo de negro e mandá-lo enfiar uma banana no rabo.
De toda essa polêmica o que mais me deixou perplexa é que no Brasil o racismo é crime inafiançável e o Desabato saiu da prisão após pagar 10 mil reais de fiança.
Desse jeito é melhor rasgar a lei...uma vez que o judiciário não a cumpre.”
Para ajudar à festa, o UOL-Notícias voltava à carga com mais um acto racista contra um atleta de raça negra, no caso passado, e uma vez mais, em Espanha (ultimamente tem sido useira e vezeira nestes casos; foi contra a Inglaterra, Roberto Carlos também já foi vítima destes energúmenos que vilipendiam uma Nação):
“A torcida do Atlético de Madri fez uma nova manifestação de racismo ao atirar uma banana em direção ao goleiro camaronês Carlos Kameni, do Espanyol, no empate entre as duas equipes por 0 a 0 neste sábado, em Madri, pelo Campeonato Espanhol.
Kameni defendeu um pênalti cobrado pelo atacante Fernando Torres, do Atlético de Madrid, evitando a vitória da equipe local. Esta foi mais uma demonstração de racismo no futebol da Espanha.”
Até onde é que iremos?
1 comentário:
Vale ressaltar que foi por injúria que a Polícia Civil de SP indiciou o argentino Desábato, acusado por Grafite de ofensas pessoais, de caráter racista. A Justiça estabeleceu fiança e concedeu liberdade provisória ao argentino porque injúria tem menor potencial ofensivo.
Até onde vamos...sinceramente não sei.
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