01 abril 2005

Para onde vais agora Caminhante?

© DAR
Karol Wojtylia foi durante muitos anos incómodo para o nazismo, em parte devido ao seus contactos com a comunidade judaica, razão porque foi detido num campo de concentração; após a sua libertação abraçou o sacerdotismo tornando-se, mais tarde, num cardeal discreto mas pouco concertador com a ideologia comunista.
Há cerca de 30 anos, em Outubro de 1978, em plena crise comunista ascendeu ao mais alto cargo da hierarquia cristã. Tornou-se Papa com o nome de João Paulo II.
Foi, ao longo destes anos de papado, o maior impulsionador das Relações Internacionais.
Foi ele que desbaratou a ideologia comunista, conforme confidenciou Gorbatchev ao Papa quando com este se encontrou em 1989; visitou quase tantos países como aqueles que têm assento na Assembleia-Geral das NU; procurou e conseguiu juntar à mesma mesa as diferentes confissões religiosas, desde judeus a islâmicos, budistas a tibetanos, anglicanos a ortodoxos; ateus ou, animistas todos o ouviram e com ele falaram.
Agora que agoniza a sua força vê-se nos diferentes movimentos ecuménicos que por ele rezam.
Alguns consideram-no um revolucionário; outros somente um reformador, porque alguns dogmas cristãos persistem no seu ministério.
Numa coisa todos estão de acordo; depois da sua morte terrena nada será, nem ficará, como dantes. O seu sucessor ficará com tarefa difícil. Será sempre confrontado com João Paulo II. Terá de ser um Papa de continuidade e de mudança.
Até lá, e até que aconteça a substituição, para onde vai o “Caminhante da Paz”?

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