Mal vai uma democracia quando movimentos ditos cívicos colocam em causa chefias militares, ao ponto da comunidade internacional ficar, deveras, preocupada (?); mas que parece já não estar quando ex-Chefes de Estado põem em causa a Constituição Nacional e se mantém queda e muda, pelos menos, aparentemente ao ponto de financiar a abertura de um novo Banco comercial.
Vem a isto à situação das eventuais ameaços, como segundo alguns órgãos de Comunicação Social têm realçado, ao Chefe do Comité Militar guineense, B'Tchofla Na Fafé, que tem sido alvo nos últimos dias por parte de políticos e militares afectos, segundo consta, a Kumba Yalá.
É preciso não esquecer, e pelos vistos em Bissau há quem queira, oportunisticamente, esquecer, que Yalá, de acordo com a Carta de Transição Política que assinou – e que diz tê-lo feito sob pressão (de quem? se os membros falados estão fora do país ou já o desmentiram) - prevê que o ex-presidente não pode exercer actividades político-partidárias nos cinco anos subsequentes à renúncia, isto é, até Setembro de 2008.
Yalá recorreu ao Tribunal; mas, entretanto, vai levando por diante movimentações política e “ameaças” veladas de, caso seja necessário, efectuar um Golpe para, nas suas palavras, “repor a legalidade democrática e Constitucional”. Talvez fosse verdade se não viesse de um indivíduo que, nos últimos tempos de governação mais parecia um bobo na corte com os seus pensamentos filosóficos absurdos que um presidente responsável num país soberano.
Ou seja. Era um político nada credível aos olhos da Comunidade internacional que, constantemente, apoia e doa os fundos com que a Guiné-Bissau gere a sua política financeira.
Será que os apoiantes de Yalá, ou Vieira, - e acredito que uma grande parte sê-lo-á na convicção de que os mesmos estão a ser ostracizados indevidamente – estarão preparados para uma crise como a que, por certo, o país irá sofrer caso os mesmos voltem ao poder?
Não creio. E como eu, uma grande parte dos doadores internacionais.
Só assim se compreendem as “preocupações” internacionais perante as ameaças que os militares também sofrem.
Ou seja. O país caminha a passos largos para uma completa e interminável instabilidade que só aproveita aos seus vizinhos. Um que quer o petróleo todo para si (Senegal) e outro que quer levar por diante a máxima de Sékou Touré (a Grande Guiné).
Caberão aos guineenses mostrar aos oportunistas que não é isso que desejam. As próximas eleições pesidenciais poderão ser o “canto do cisne” desses oportunistas.
Assim queiram os guineenses, independentemente da sua raiz étnica.
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