(Também não é só em África © cartune de Eugénio Yanez)
“A ausência de alternância democrática em vários países africanos onde uma pessoa pode monopolizar o poder e permanecer durante 15, 20, 25 ou 30 e mesmo 40 anos se as condições o permitirem está na origem de todas as crises que conhece o continente. (…) Semelhante estilo de gestão do poder está na origem seja dum golpe de Estado militar ou duma medida de segurança e de ódio [e] que um líder que fica no poder um período tão longo, que pensa não ter de prestar contas a ninguém, [acredita, também,] que o quando o momento chegar cederá o poder a um delfim que ele escolherá.”
Estas sensatas palavras – embora circunstanciais porque está em campanha para o Referendo Constitucional do próximo mês de Junho que restringe os mandatos políticos a não mais de 2 consecutivos – foram proferidas pelo coronel Ely Ould Mohamed Vall, presidente do Conselho Militar para a Justiça e Democracia (CMJD) e chefe de Estado da Mauritânia que, em Agosto de 2005, levou a feito um golpe de Estado que derrubou o regime islâmico e autocrático de Maaouiya Ould Taya.
Em qualquer dos casos, umas palavras que não deverão cair em saco roto e trará algum incómodo a alguns certos dirigentes africanos, principalmente àqueles que ainda estão indecisos quanto à marcação de eleições porque não sabem se devem ir a elas ou nomear algum seu delfim.
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