Os eleitores da república autónoma de Montenegro que forma com a Sérvia e o território autónomo do Kososo– sob administração efectiva da NATO/Kfor – a República Jugoslava da Sérvia e Montenegro, terão dado hoje, em referendo e segundo notícias divulgadas na SIC Online, a machadada final na Grande Sérvia.
O referendo para a independência, que teve a afluência de mais de metade dos cerca de 485 mil montenegrinos eleitores, parece ter obtido a aprovação de 56,3% (1,3% mais do que era exigido como mínimo legal para ser aceite pelos observadores da União Europeia(?)).
Este acto poderá matar a União Jugoslava (a terra dos eslavos do sul) mas dificilmente matará a vontade sérvia de refazer a Grande Sérvia que nos princípios do século XX levou à morte do arquiduque austro-húngaro Francisco Fernando e que despoletaria a 1ª Guerra Mundial e a formação, no fim desta, do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos.
De facto, como poderá a poderosa e, ultimamente, vexada Sérvia poder desenvolver-se sem uma saída para o mar – um dos grandes obstáculos para as independências anteriores – que lhe oferecia Montenegro – uma nota que esta região só passou a República autónoma por vontade do seu antigo veraneante mais conhecido, o croata Josef Broz “Tito” – e sem o rico e monástico – desde o século XIV – território do Kosovo?
Uma vez mais o Ocidente continua a não sopesar os prós e os contra das suas opiniões geopolíticas; ou seja, tanto os americanos como os britânicos continuam a sustentar a velhinha política do “se não se entendem que se separem” com evidentes maus resultados.
É assim com o Kosovo que o Ocidente se esquece que se tem maioria albanesa devo-o repovoação que o império otomano fez deste território que, desde que passou para administração ocidental tem provocado algumas, e não poucas, dores de cabeça à Macedónia com crises fronteiriças quase constantes.
Até quando o resto do Ocidente e a Europa vão atrás daquela medida extrema anglófona?
E a pergunta final é: será a morte da Grande Sérvia ou prospectiva-se a maior crise da Europa do pós-guerra?
Os fundos euro-comunitários não pagam nem apagam nacionalismos! E os sérvios são-no e já o demonstraram até à exaustão.
Daí a pergunta no título: será "O fim da Nação jugoslava ou o início da crise Europeia?" e ficará por aqui?
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