06 maio 2006

Quem quer destruir o povo Maubere?

© foto Notícias Lusófonas

A independência não se consegue, ou não se constrói, com um simples içar da bandeira”, isto afirmava José Alexandre Gusmão, mais conhecido por Ray Kala “Xanana Gusmão”, numa entrevista concedida ao jornalista Orlando Castro e publicada no Jornal de Notícias nos idos de Fevereiro de 1999.
Sete anos depois as palavras soam ainda mais preocupantemente proféticas.
E tudo porque duas facções internas se digladiam pela afirmação do poder, pelo poder. De um lado os “lorosae” – ou os do leste – que parecem ter o efectivo poder, e do outro os “loromonu” – ou do ocidente – que se sentem discriminados e preteridos pelo poder instituído.
Entretanto uma grande fatia de militares e a elite da Polícia Nacional estão “em revolta” contra o poder da Fretilin dos hotéis de 5 estrelas. Segundo aqueles o país precisa de “justiça” e não querem que se torne num país do “comunismo, mas democrático”.
Daí que só reconhecem legitimidade ao seu líder máximo, Xanana Gusmão e querem a demissão dos políticos do exílio dourado de Maputo, Sydney e Lisboa que acusam de terem mandado matar população inocente.
Enquanto Xanana pede à Igreja Católica que tente congregar e sossegar a população e os revoltosos, a Austrália põe as suas forças armadas à disposição do Governo de Dili para sufocar os revoltosos. (Será por causa dos milhões que valem o petróleo de Timor?)
No meio disto pergunta-se onde está a Comunidade Internacional, a ONU e a CPLP?
E, já agora, por onde anda o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. A não ser que 70.000 refugiados nas montanhas e 12.000 nas instalações da NU, em Dili, talvez ainda não sejam suficientes…
Quo vadis povo Maubere.
Quem o quer destruir?
Outra Somália não, por favor…

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