07 abril 2008

E depois de Guterres, o bahasa?

(DDR)
Depois da ilibação do homem do dedo e antigo Ministro das Relações Exteriores indonésio, Ali Alatas de co-inspirador da violência em Timor-Lorosae, vemos agora Eurico Guterres ser considerado, tal como outros acusados, pelo Supremo Tribunal da Indonésia, ilibado das acusações que pendiam sobre ele e seus seguidores, nomeadamente ataques aos Direitos Humanos.
Relembre-se que a maioria das acusações se prendiam com as suas actividades – e tacitamente aceite por ele como tal – de milícia anti-independência que provocou inúmeras vítimas, principalmente após o Referendo que determinou a independência de Timor-Lorosae.
O acto, só por si, não teria qualquer relevância se o mesmo não tivesse, como tem, uma forte carga política anti-nacionalista e pró-integracionista e não víssemos os esforços dos indonésios em retornar a Timor.
Uma não clara condenação, para não dizer confrangedor mutismo, por parte dos indonésios, pelo que se passou – ou não se passou, esperemos que a estória venha um dia ser bem contada – com os principais governantes do País.
A clara tentativa de retornar a Timor pessoas que adoptaram a indonésia como sua Pátria e que vêem os seus difundidos direitos a não se cumprirem. A recente manifestação e subsequente detenção de pessoas em Atambua, na parte Ocidental indonésia da ilha, e as justificações para não cumprimento das promessas é uma clara prova disso.
A incisão sobre a segunda língua oficial de Timor. Apesar de estar aceite o português como a segunda língua – o tétum está considerado como a primeira, embora um linguista australiano, Geoffrey Hull, considere o tétum uma língua franca e o português como a efectiva língua oficial – apercebe-se que o bahasa está a ganhar mais defensores e apoiantes. Em parte por culpa exclusiva da CPLP e dos seus pseudo-liderantes Portugal, que ainda pensa como se existissem os moinhos quixotescos, e o Brasil, que anda a tentar impor as suas regras gramaticais. Como há dias li num blogue, se o timorense escreve “óptimo” vê o professor brasileiro considerar como erro gramatical; se entra numa escola com um professor português e escreve “ótimo” vê a crítica se elevar a um grau inaudito.
Quase que apetece gritar “falazem” e assumam-se de vez quem manda na língua! Se os políticos linguísticos de cada uma das respectivas academias ou os povos de cada uma das Nações falantes do português!
E para reforçar a subtil entrada da Indonésia e do bahasa na vida social timorense alguns oficiais da Polícia Nacional foram fazer um estágio à indonésia porque a sua maioria só fala tétum e bahasa!!!
Não será altura de acabarmos com estranhos eufemismos e acabarem, de vez, com a CPLP? Ou, então, juntai-vos todos os 8 e definam, em efectivo pé de igualdade, como querem a Comunidade Lusófona!

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